
A realidade virtual (RV) está conquistando cada vez mais jovens. Contudo, poucos pais reconhecem ou tomam medidas ativas para minimizar os riscos de segurança e privacidade relacionados ao uso dessa tecnologia.
Segundo um estudo realizado na Universidade Estadual da Carolina do Norte (NC State), nos Estados Unidos, os pais deveriam estar mais atentos a essas questões. “A maioria está ciente da possibilidade de vigilância de dados, mas grande parte não se preocupa com isso”, diz o pesquisador Abhinaya SB.
Embora os riscos de segurança e privacidade nas redes sociais sejam conhecidos, nem todos estão a par do que ocorre em programas de realidade virtual. “Queríamos ver o quanto os pais sabiam sobre os perigos associados a esses aplicativos de RV e o que eles fazem para lidar com isso”, explicou Abhinaya.
Investigando o uso da realidade virtual
Assim, a equipe entrevistou 20 pais de usuários de aplicativos de RV menores de 18 anos para o estudo. As entrevistas foram projetadas para entender:
- Os tipos de risco que os pais perceberam em relação aos aplicativos de RV.
- As estratégias que usaram para proteger a segurança e a privacidade dos filhos em relação aos aplicativos de RV
- De quem eles acham que é a responsabilidade sobre a segurança: programadores, fabricantes, responsáveis?
“Descobrimos que os pais estavam aflitos principalmente com questões de desenvolvimento fisiológico”, disse Abhinaya. “Por exemplo: alguns se preocupavam que a realidade virtual prejudicava a visão ou poderia machucar.”
Segundo ele, a má influência no ambiente de internet também mostrou ser motivo de apreensão. “Houve preocupação de que filhos pudessem revelar muitas informações pessoais a estranhos”, afirmou Anupam Das, coautor do artigo. Só que essa preocupação foi maior em relação às redes sociais.
Riscos da tecnologia: vigilância de dados
Os riscos da realidade virtual incluem o compartilhamento de informações pessoais, muitas vezes de forma não intencional, e a vigilância de dados biométricos.
“As tecnologias de RV capturam uma enorme quantidade de dados sobre o movimento do usuário, que podem ser usados para inferir informações que vão desde a altura do usuário até condições médicas”, explicou Das. “As tecnologias de RV também capturam a voz do usuário.”
Ele explica que é possível ainda que essas gravações de voz sejam manipuladas com ferramentas generativas de IA para criar gravações falsas, por exemplo. Mas, durante a pesquisa, apenas um dos pais mostrou preocupação em relação a isso.
Os pesquisadores descobriram que poucos pais tomavam medidas ativas, como o uso de controles parentais integrados aos aplicativos de realidade virtual. A maioria não ligava o dispositivo ou tinha dificuldade para ativá-lo. Além disso, muitos disseram que gostariam de ter um resumo das atividades dos filhos, assim como com quem interagiam.