
A aprendizagem associativa é um processo fundamental para o desenvolvimento do conhecimento e das habilidades humanas. Trata-se da capacidade de aprender a partir da conexão entre estímulos e respostas. Ou seja: é a habilidade de associar um evento as suas consequências.
Esse conceito é amplamente estudado na Psicologia e na Neurociência. Assim, é base para teorias do aprendizado, como o condicionamento clássico e o condicionamento operante. Veja a seguir as diferenças entre eles:
- Condicionamento clássico. Nesse método proposto por Ivan Pavlov, um estímulo inicialmente neutro passa a provocar uma resposta específica após ser repetidamente associado a outro estímulo que já gerava essa resposta. Um exemplo clássico é o experimento de Pavlov com cães. Ao associar o som de uma campainha à apresentação de comida, os cães começaram a salivar apenas ao ouvir o som, mesmo sem a presença do alimento.
- Condicionamento operante. Descrito por B.F. Skinner, a aprendizagem ocorre por meio de recompensas e punições. Um comportamento pode se fortalecer se for seguido por uma consequência positiva (reforço). Da mesma forma, pode se enfraquecer se levar a uma consequência negativa (punição). Por isso, esse modelo influencia educação e treinamento de habilidades.
A aprendizagem associativa não se limita apenas a esses modelos experimentais. Ela está presente no dia a dia, desde a memorização de conteúdos escolares até a aquisição de hábitos e comportamentos. Por exemplo: quando associamos uma música a um momento marcante da nossa vida, ou quando aprendemos que determinado alimento nos causa desconforto, estamos utilizando esse mecanismo.
Crianças do ensino fundamental e aprendizagem associativa
De acordo com um estudo da Ruhr-University Bochum, na Alemanha, crianças do ensino fundamental se destacam nessa forma de aprendizado, apresentando resultados melhores em termos de consistência e desempenho. Elas também superam adolescentes e adultos nesse quesito.
O estudo analisou a habilidade em diferentes faixas etárias, desde bebês até adultos, e revelou que o aprendizado associativo não melhora continuamente com a idade, como se esperava. Em vez disso, atinge seu pico durante a idade escolar primária.
“Inicialmente, presumimos que o aprendizado associativo melhorava continuamente com o aumento da idade”, disse Carolin Konrad, coautora do estudo. Foi surpreendente para a equipe constatar que, na verdade, houve um pico claro no desempenho na idade da escola primária.
“As crianças nessa idade alcançaram os melhores resultados, aprenderam de forma mais consistente e mostraram a menor variabilidade no comportamento de aprendizagem”, explicou Carolin.
Importância do conhecimento sobre aprendizagem associativa
Esses resultados são importantes para entender melhor os transtornos de aprendizagem associativa. Afinal, isso pode estar ligado ao desenvolvimento de doenças mentais no futuro.
Segundo Carolin, a análise sistemática da aprendizagem associativa é fundamental para compreender certos distúrbios associados a essa forma de aprendizado, que estão na base do surgimento de diversas psicopatologias.
Além disso, compreender como a aprendizagem associativa funciona pode ajudar no desenvolvimento de métodos mais eficazes de ensino, no aprimoramento de técnicas de estudo, assim como na reprogramação de hábitos e comportamentos indesejáveis. Afinal, nosso cérebro está constantemente empenhado em formar e fortalecer associações, moldando nossa maneira de interagir com o mundo ao redor.