Grazing: o hábito de beliscar alimentos é prejudicial?

Segundo pesquisadora, comportamento pode indicar mecanismo de regulação emocional

Redação FamiliarIdades
Grazing pode indicar uma tendência maior a transtornos psicológicos e alimentares. Foto: Getty Images.
Grazing pode indicar uma tendência maior a transtornos psicológicos e alimentares. Foto: Getty Images.

Você tem o hábito de beliscar comida mesmo sem ter fome ao longo do dia? Este comportamento, chamado de grazing, pode indicar uma tendência maior a transtornos psicológicos e alimentares. Uma das características é comer de maneira repetitiva e não planejada. 

Segundo a psicóloga Marília Consolini Teodoro, da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP), o tema é alvo de poucos estudos no Brasil. Por essa razão, ela fez uma pesquisa para entender se o grazing funciona como um mecanismo de regulação emocional para o alívio de ansiedade.

Investigação sobre o grazing

A pesquisadora avaliou o comportamento de 542 pessoas, em que a maioria estava em nível de peso considerado normal, e outras 281 pessoas, com participantes que apresentavam algum nível de obesidade. 

Outros dois grupos foram avaliados. O grazing repetitivo, que ocorre de forma contínua, porém mais leve, menos prejudicial e menos associado à perda de controle. Além disso, o compulsivo, associado à perda de controle e a sintomas psicológicos. 

O estudo colocou como hipótese o grazing como uma estratégia de enfrentamento, um mecanismo de regulação emocional. “Assim como a gente tem a compulsão alimentar, o grazing parece ser um comportamento que atua dessa forma também. Aparentemente menos inofensivo, porque são ingeridas quantidades pequenas de alimento. Porém, de forma repetitiva, o que pode levar a um nível prejudicial”, afirmou Marília, em entrevista ao Jornal da USP. 

Segundo a pesquisadora, o estresse pode interferir nesse comportamento. “O peso está extremamente relacionado com condições psicológicas, assim como condições comportamentais, como é o caso desse comportamento em específico”, afirmou.

“É um comportamento alimentar que não é necessariamente um comportamento problemático, ou uma psicopatologia. Porém, ele acaba podendo ter desdobramentos que podem estar associados com uma maior probabilidade de desenvolvimento de uma psicopatologia do comportamento alimentar”, explicou a orientadora Carmen Neufeld à Rádio USP. 

Se você está preocupado com os hábitos alimentares ou em busca de uma vida mais saudável, procure sempre ajuda médica. Somente um profissional da saúde pode fazer o diagnóstico correto e indicar o tratamento mais adequado. 

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