O yoga pode trazer inúmeros benefícios para a memória. Segundo um estudo da Universidade da Califórnia em Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, ele previne o declínio cognitivo e reverte os biomarcadores associados ao envelhecimento e à inflamação do cérebro. Dessa forma, restaura as vias neurais.
Deterioração cognitiva e perda de memória são associados a um risco aumentado para a demência, condição que afeta mais as mulheres do que os homens. Isso ocorre por causa de vários fatores. Por exemplo: expectativa de vida mais longa, mudança nos níveis de estrogênio durante a menopausa, bem como em função da própria genética.
Por esse motivo, os pesquisadores se restringiram à avalição dos efeitos dos exercícios de memória em mulheres na pós-menopausa. Eles compararam os resultados entre a prática do Kundalini yoga, uma associação de técnicas de respiração consciente, posturas, mantras e meditação, e outras atividades para estimular a cognição.
Yoga x treinamento para memória
As participantes tinham 50 anos ou mais e relataram problemas de memória e fatores de risco para doenças degenerativas do cérebro. Um grupo participou de sessões semanais de yoga por 12 semanas, enquanto outro passou por exercícios baseados, por exemplo, na construção de histórias para lembrar itens de uma lista.
Depois, os pesquisadores avaliaram cognição, memória, depressão, ansiedade, bem como exames de sangue com marcadores de envelhecimento e ressonância magnética no cérebro. Passadas outras 12 semanas, as mulheres foram submetidas a novos testes. Assim, a equipe poderia avaliar se eventuais melhorias se mantinham estáveis.
As mulheres que praticaram o Kundalini yoga apresentaram várias melhorias em relação às demais. Por exemplo: aumento da conectividade no hipocampo, região do cérebro que gerencia as memórias e as respostas ao estresse. Além disso, os testes mostraram benefícios em processos moleculares antiinflamatórios e anti-envelhecimento. Os outros treinamentos tiveram impacto na memória de longo prazo.
“O yoga é bom para reduzir o estresse, melhorar a saúde do cérebro, o desempenho da memória, reduzir a inflamação e melhorar a neuroplasticidade [capacidade de adaptação e recuperação do sistema nervoso], afirmou a pesquisadora Helen Lavretsky ao site da UCLA.
Contudo, ela ressaltou que estudos complementares no futuro devem avaliar os reais impactos sobre o Alzheimer, por exemplo. Diante dos primeiros sinais de perda de memória, a pessoa deve procurar um médico. Somente um profissional de saúde poderá avaliar caso a caso, fazer um diagnóstico preciso e indicar os melhores tratamentos. Portanto, atenção!