Você provavelmente já ouviu falar do El Niño e La Niña e seus impactos. Esses fenômenos climáticos são provocados pela interação entre a temperatura dos oceanos e a circulação de ar na atmosfera. São situações conhecidas e monitoradas há quase um século.
El niño
O El Niño surge quando ventos de superfície na região equatorial perdem força, aumentando a temperatura média do Oceano Pacífico. A água então evapora mais rapidamente, resultando em mais chuvas.
Mas isso não significa chuvas generalizadas. Neste caso, os ventos perdem força e podem até mudar de direção, afetando as precipitações em todo o planeta. No período em que o mundo é afetado por esse fenômeno, é comum registar a incidência de seca na Austrália e muita chuva na costa oeste da América do Sul.
No Brasil, o El Niño causa chuvas intensas ou acima da média histórica no Sul e Sudeste, e secas no Norte e Nordeste.
La niña
No caso da La Niña, os ventos alísios ganham força, fazendo com que a água quente se acumule no Oceano Pacífico Equatorial Oeste, enquanto águas mais frias são concentradas no Pacífico Leste, próximo ao Peru e ao Equador. As situações neste caso se invertem, com chuvas mais intensas na Austrália e na Colômbia.
No Brasil, o La Niña provoca chuvas fortes no Norte e Nordeste e secas no Sul e Sudeste. O fenômeno pode afetar a agricultura no Sul do País, provocar enchentes no Norte e no Nordeste e ainda comprometer o fornecimento de água e energia.
Passagem de bastão
O El Niño começou no outono do ano passado, teve seu ápice entre dezembro e janeiro e passou a se enfraquecer em fevereiro de 2024. Até o final do inverno, contudo, o mundo passará por um período de neutralidade climática, sem ocorrência de nenhum dos fenômenos. A expectativa do NOAA (sigla em inglês para Administração Nacional Oceânica e Atmosférica) é que o La Ninã se forme em setembro com intensidade fraca.