
Os refrigerantes, embora pareçam inofensivos à primeira vista, podem contribuir para o aumento do efeito estufa de diversas maneiras, principalmente devido ao seu processo de produção, transporte, refrigeração e descarte das embalagens. Entenda a seguir:
1. Produção e emissão de gases
A fabricação de refrigerantes envolve processos industriais que consomem grandes quantidades de energia.
A produção de dióxido de carbono (CO₂) durante a carbonatação da bebida exige energia, muitas vezes proveniente da queima de combustíveis fósseis.
Além disso, o funcionamento das fábricas e o resfriamento das bebidas demandam eletricidade, cuja geração pode liberar gases de efeito estufa, como CO₂ e metano (CH₄).
2. Transporte e poluição
Caminhões, navios e aviões, todos movidos a combustíveis fósseis, fazem a distribuição dos refrigerantes. A queima de diesel e gasolina libera dióxido de carbono e outros poluentes na atmosfera, agravando o aquecimento global.
3. Embalagens e descarte inadequado
As embalagens de refrigerante, como garrafas PET e latas de alumínio, exigem grande quantidade de energia para serem fabricadas.
A produção de plástico depende do petróleo, um recurso fóssil que libera CO₂ quando extraído e processado.
Já o alumínio requer mineração e eletrólise intensivas em energia.
Se essas embalagens não forem recicladas corretamente, acabam em aterros sanitários, onde podem liberar metano devido à decomposição de resíduos orgânicos junto ao lixo plástico.
4. Gases presentes em refrigerantes e refrigeração
Além do CO₂ presente na carbonatação dos refrigerantes, as máquinas de refrigeração usadas para armazená-los também podem liberar hidrofluorocarbonetos (HFCs). Esses compostos são extremamente potentes no aumento do efeito estufa, sendo centenas de vezes mais prejudiciais que o dióxido de carbono.
Alternativas nem tão ecológicas assim
Os produtos químicos usados atualmente em máquinas de refrigeração, conhecidos como HFOs (hidrofluoroolefinas), são considerados alternativas mais ecológicas aos antigos HFCs (hidrofluorcarbonos).
Porém, um estudo da Universidade de Nova Gales do Sul (UNSW, sigla em inglês), na Austrália, avaliou como essas alternativas contribuem ainda mais para o efeito estufa.
Embora não afetem a camada de ozônio, esses produtos se decompõem em uma pequena quantidade de fluorofórmio, um gás de efeito estufa extremamente potente e de longa duração.
Christopher Hansen, responsável pelo trabalho, destaca que, apesar da emissão de fluorofórmio ser pequena, seu impacto ambiental pode ser significativo devido ao seu alto potencial de aquecimento global.
“Embora a reação produza apenas uma pequena quantidade de fluorofórmio, o produto químico pode existir na atmosfera por até 200 anos e com um potencial de aquecimento global mais de 14000 vezes maior que o CO₂. Um pequeno rendimento ainda pode ter um impacto significativo”, explica ele.
Então, o que fazer?
É o impacto acumulado de toda a cadeia de produção, transporte, consumo e descarte do refrigerante que contribui para o agravamento do efeito estufa. Então, reduzir o consumo, optar por embalagens reutilizáveis e incentivar práticas sustentáveis são algumas das formas de minimizar esses efeitos negativos no meio ambiente.