Onda de calor, fenômeno que atinge o mundo todo, deve se tornar cada vez mais frequente. Dias quentes, ultrapassando a casa dos 40 graus, serão mais constantes, assim como eventos extremos, como grandes tempestades. Um relatório divulgado pela Organização Mundial de Meteorologia (OMM) indica um aumento dos termômetros e alerta para os impactos no planeta e na saúde.
Pois o corpo sente a mudança nas temperaturas. Assim, quando elas extrapolam o limite da adaptação, o organismo vai reagir e adoecer. Paulo Saldiva, professor do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina da USP, afirmou, em entrevista à Rádio USP, que diferentemente do que se pensa, a hipotermia e hipertermia não são as principais causas de morte diante de temperaturas extremas.
Na maioria dos casos, os pacientes morrem de causas naturais desencadeadas por complicações na saúde em dias de onda de calor. Por exemplo: quadros de insuficiência renal ou infecção urinária provocados pela desidratação. Também podem ocorrer como consequências cardíacas provocadas pela vasodilatação intensa e sobrecarga do coração.
Mudanças climáticas e onda de calor
Em 2022, no verão europeu, mais de 61 mil pessoas morreram de calor, de acordo com as estimativas do Instituto de Saúde Global de Barcelona. Os eventos climáticos extremos são resultado do aquecimento global, das ações provocadas pelo homem. Assim, para que possamos combater os fenômenos, precisamos reduzir a emissão de gases de efeito estufa e ampliar o número de áreas verdes.
No Brasil, o governo federal lançou um guia com orientações do Ministério da Saúde sobre os cuidados durante os dias mais quentes. Os principais sinais de alerta são transpiração excessiva, fraqueza, tontura, náuseas, dor de cabeça, cãibras musculares, assim como diarreia. Assim, pessoas que apresentarem esses sintomas devem procurar a unidade de saúde mais próxima.
O que fazer em uma onda de calor:
- Evite a exposição direta ao sol, em especial, de 10h às 16h;
- Não se exponha ao sol sem a proteção adequada contra os raios ultravioleta, que podem deixar a pele vermelha, sensível e até com bolhas. Portanto, sempre passe protetor solar;
- Use chapéus e óculos escuros (especialmente pessoas de pele clara);
- Proteja as crianças com chapéu de abas;
- Use roupas leves e que não retenham muito calor;
- Diminua os esforços físicos e repouse frequentemente em locais com sombra, frescos, bem como arejados;
- Em veículos sem ar-condicionado, deixe as janelas abertas;
- Não deixe crianças ou animais em veículos estacionados.
Hidratação
- Aumente a ingestão de água ou de sucos de frutas naturais, sem adição de açúcar, mesmo sem ter sede;
- Evite bebidas alcoólicas e com elevado teor de açúcar;
- Faça refeições leves, pouco condimentadas e com mais frequência.
- Recém-nascidos, crianças, idosos e pessoas doentes podem não sentir sede. Então, ofereça água.
Cuidados em casa
- Se possível, feche cortinas e/ou janelas mais expostas ao calor. Assim, você facilita a circulação do ar;
- Abra as janelas à noite;
- Utilize menos roupas de cama e vista-se com menos roupas ao dormir, sobretudo, em bebês e pessoas acamadas;
- Informe-se periodicamente sobre o estado de saúde das pessoas que vivem sozinhas, idosas ou com dependência. Ajude a protegê-las do calor;
- Mantenha ambientes úmidos com umidificadores de ar, toalhas molhadas ou baldes de água.
Cuidados com a saúde
- Mantenha medicamentos abaixo de 25º C na geladeira (ler as instruções de armazenamento na embalagem);
- Procure aconselhamento médico se sofrer de uma doença crônica condição médica ou tomar vários medicamentos;
- Busque ajuda se sentir tonturas, fraqueza, ansiedade ou tiver sede intensa e dor de cabeça;
- Se sentir algum mal-estar, busque um lugar fresco o mais rápido possível. Então, meça a temperatura do seu corpo e beba um pouco de água ou suco de frutas para reidratar;
- No período de maior calor, tome banho com água ligeiramente morna. Da mesma forma, evite mudanças bruscas de temperatura.
