
Os macacos sabem mais do que você pensa. Longe de serem meros animais instintivos, eles possuem habilidades cognitivas que desafiam nossa percepção e ampliam a compreensão sobre a evolução do pensamento humano.
Diversos estudos científicos demonstram que muitos macacos possuem a capacidade de usar ferramentas para resolver problemas. Por exemplo: chimpanzés e capuchinhos já foram observados usando pedras e paus para alcançar alimentos ou quebrar sementes. Isso demonstra uma compreensão de causa e efeito que vai além do simples comportamento instintivo.
Esse uso de ferramentas não apenas ressalta a adaptabilidade dos macacos ao ambiente, mas também evidencia uma forma rudimentar de planejamento e raciocínio.
Macacos têm uma forma primitiva de cultura
Além do uso de ferramentas, os macacos exibem comportamentos sociais complexos. Eles são capazes de estabelecer hierarquias, colaborar em atividades coletivas e até mesmo transmitir conhecimentos para os membros mais jovens de seu grupo.
Essa transmissão de informações, que pode ser comparada a uma forma primitiva de cultura, demonstra que a inteligência dos macacos se estende ao campo social. Assim, eles podem sobreviver e prosperar em ambientes desafiadores.
Outro aspecto fascinante é a capacidade desses animais de se comunicar de maneiras que vão muito além de simples vocalizações.
Diversas pesquisas observaram que alguns macacos utilizam gestos, expressões faciais e até mesmo sequências de sons para transmitir mensagens específicas. Dessa forma, seu sistema de comunicação elaborado se assemelha, em alguns aspectos, à linguagem humana.
Essa habilidade de comunicação é fundamental para a coordenação dentro do grupo e para a resolução de conflitos, além de facilitar a transmissão de habilidades e conhecimentos.
Estudo revela habilidades humanas nos bonobos
Um estudo realizado na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, revela como os bonobos demonstram a capacidade de intuir a ignorância dos humanos e comunicar essa informação para ajudá-los.
O experimento mostrou que os bonobos apontam em direção a guloseimas escondidas quando os humanos não sabem onde elas estão. Eles também deixam de fazer isso quando percebem que a pessoa sabe a localização e mesmo assim pergunta ‘onde está?’.
Essa descoberta mostra, pela primeira vez, que os macacos comunicam informações desconhecidas em nome do trabalho em equipe. Isso indica que os macacos têm uma teoria da mente, uma habilidade anteriormente considerada exclusivamente humana.
“A capacidade de sentir lacunas no conhecimento uns dos outros está no centro de nossos comportamentos sociais mais sofisticados, centrais para as formas como cooperamos, nos comunicamos e trabalhamos juntos estrategicamente”, disse Chris Krupenye, professor assistente de Ciências Psicológicas e Cerebrais da universidade.
“Como essa chamada teoria da mente apoia muitas das capacidades que tornam os humanos únicos, como ensino e linguagem, muitos acreditam que ela está ausente nos animais. Mas esse trabalho demonstra as ricas bases mentais que os humanos e outros macacos compartilham. E sugere que essas habilidades evoluíram há milhões de anos em nossos ancestrais comuns.”
Os pesquisadores agora planejam explorar mais profundamente as motivações dos macacos e como eles pensam sobre a mente de outros indivíduos. Afinal, isso é uma maneira de repensar nossa visão sobre o reino animal e a reconhecer que, de certa forma, a sabedoria não é exclusividade humana.