Tecnologia com IA pode economizar 50% de água na agricultura

Iniciativa é um avanço para a agricultura sustentável; entenda como ela funciona

Redação FamiliarIdades
Sensor utiliza inteligência artificial (IA) para medir o estresse hídrico das plantas. Foto: Getty Images.
Sensor utiliza inteligência artificial (IA) para medir o estresse hídrico das plantas. Foto: Getty Images.

Pesquisadores brasileiros desenvolveram um sensor inovador. Ele utiliza inteligência artificial (IA) para medir o estresse hídrico das plantas. Dessa forma, otimiza a irrigação e promove o uso sustentável da água na agricultura.

O estudo é fruto de uma parceria entre a Embrapa Agroindústria Tropical, a Universidade Federal do Ceará (UFC), o Instituto Atlântico (Litec) e a empresa 3V3 Tecnologia. O dispositivo, ainda em fase de protótipo, pode economizar até 30% a 50% de água em plantações.

Benefício da IA para a agricultura

O sistema é composto por três dispositivos principais. Um sensor de temperatura das folhas, um psicrômetro aspirado e um piranômetro. A combinação dos dados — temperatura foliar, umidade do ar e radiação solar — permite avaliar com precisão as necessidades hídricas das plantas. Assim, quando a tecnologia observa que há falta de água, aciona automaticamente os dispositivos de irrigação.

Segundo Cláudio Carvalho, agrônomo e pesquisador da Embrapa, o método utiliza um conceito inédito ao analisar o balanço de calor das folhas com apoio da IA.

Folhas bem hidratadas costumam ser mais frias que o ar ao redor, enquanto folhas com estresse hídrico tornam-se mais quentes. “Com a IA, criamos referências de temperatura específicas para cada planta, o que aumenta a precisão do controle da irrigação”, disse Carvalho em entrevista ao Estadão.

A tecnologia promete ser acessível também para pequenos agricultores, com custo reduzido. Michel Freire, CEO da 3V3 Tecnologia, destaca a importância da inovação no contexto das mudanças climáticas e da crescente escassez de água. “A agricultura irrigada será crucial para a produção de alimentos no Brasil e no mundo”, reforça.

O próximo passo é finalizar a versão comercial do equipamento, que deve chegar ao mercado em cerca de dois anos, conforme explica Atslands Rocha, professora da UFC e co-orientadora do estudo. A equipe trabalha na atualização do hardware e no aprimoramento do banco de dados para a modelagem da IA.

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