Horta comunitária, prática de agroecologia para cidades

Iniciativa é sucesso em Maricá, no Rio, e promove acesso à alimentação de qualidade

Redação FamiliarIdades
Horta comunitária, ou jardim comestível, tem chamado atenção em algumas cidades. Foto: Getty Images.
Horta comunitária, ou jardim comestível, tem chamado atenção em algumas cidades. Foto: Getty Images.

Em 2023, 27,6% dos domicílios brasileiros estavam em algum nível de insegurança alimentar, segundo dados do IBGE. Mas uma das formas de superar esse desafio pode ser o investimento nos chamados “jardins comestíveis”, projeto que une agroecologia, sustentabilidade e alimentação saudável para ocupar espaços urbanos. Em outras palavras: uma espécie de horta comunitária.

A cidade de Maricá, no Rio de Janeiro, é exemplo de como a iniciativa pode transformar a relação das pessoas com a comida e também com o meio ambiente. Tudo começou em 2020, com a criação de uma horta na praça. Hoje, são cinco: em Guaratiba, São José do Imbassaí, Parque Nanci, Itapeba, assim como Bambuí. Há também duas praças com cultivo, Araçatiba e Flamengo, além de uma fazenda municipal.

Colheita farta

Na cidade, os moradores são informados pelos canais oficiais da prefeitura sobre a disponibilidade dos alimentos. Por exemplo: alface, rúcula, rabanete, berinjela, aipim, chicória, assim como muitos outros, totalizando cerca de 280 itens, colhidos, em média, duas vezes ao mês. Por ano, a produção atinge 15 toneladas.

Horta em casa

Além de proporcionar alimentos saudáveis e gratuitos para a população, o projeto na cidade de Maricá realiza oficinas para ensinar as pessoas a cultivarem suas próprias hortas, trazendo também a educação ambiental para a mesa.

Patrícia da Costa Silva, moradora da região, disse ao Estadão que teve a sua vida transformada após a iniciativa: “Tenho um pouco de cada coisa. Antes tinha que comprar tudo [no mercado], hoje é outra vida, outro estilo de vida”.

Referência em políticas públicas

Em 2022, a proposta dos “jardins comestíveis” da cidade de Maricá passou a integrar o Fórum de Milão, o mais importante do mundo quando o assunto é segurança alimentar e sustentabilidade. 

Também em entrevista ao Estadão, Juliana Tângari, diretora do Instituto Comida do Amanhã, organização que trabalha para melhorar sistemas alimentares, reforça a relevância do projeto: “Estamos falando de uma agricultura urbana que é agroecológica por princípio, ou seja, não só se produz perto do consumidor, mas de uma maneira absolutamente sustentável e com respeito aos ciclos da natureza, aos limites planetários.”

Quer fazer uma horta em casa? Veja aqui algumas dicas. Você também pode ajudar a tornar o seu bairro mais agradável. O Guia da ONU Habitat elenca os principais pilares.

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