Hábitos e ambiente influenciam mais na longevidade do que genética

Alimentação e atividades físicas contribuem para melhorar a saúde

Redação FamiliarIdades
Embora algumas doenças tenham influência genética, pesquisadores reforçam que o estilo de vida e o ambiente exercem um impacto muito maior na longevidade. Foto: Getty Images.
Embora algumas doenças tenham influência genética, pesquisadores reforçam que o estilo de vida e o ambiente exercem um impacto muito maior na longevidade. Foto: Getty Images.

A genética tem um papel no desenvolvimento de algumas doenças, como certos tipos de câncer. No entanto, novos estudos apontam que nossos hábitos diários podem ter um impacto ainda maior no envelhecimento e no risco de morte precoce. 

Um estudo com 492.567 participantes do UK Biobank, banco de dados britânico de DNA e informações médicas, revelou que fatores ambientais explicam 17% da variação no risco de morte, enquanto a predisposição genética responde por menos de 2%.

Isso significa que hábitos e aspectos sociais podem determinar não apenas quantos anos vivemos, mas também a qualidade dessa vida.

A pesquisa, liderada pela professora Cornelia van Dujin, da Universidade de Oxford, no Reino Unido, identificou 25 fatores ambientais que impactam a mortalidade e o envelhecimento biológico. 

Entre os principais estão tabagismo, condições socioeconômicas, atividade física, assim como qualidade de vida. O hábito de fumar, por exemplo, foi associado a 21 doenças, enquanto fatores socioeconômicos influenciaram 19 e a atividade física, 17. 

Outros elementos como horas de sono, nível de escolaridade e peso na infância também se mostraram relevantes.

Impactos do estilo de vida

O cigarro acelera o envelhecimento ao causar inflamação crônica e danos ao DNA, aumentando o risco de doenças cardiovasculares e respiratórias. Já a prática regular de exercícios físicos preserva a massa muscular, melhora a função cardiovascular e reduz o risco de doenças neurodegenerativas como Alzheimer.

A situação socioeconômica também se mostrou um fator muito importante. Pessoas com menos recursos têm mais dificuldades para acessar alimentação saudável, cuidados médicos, bem como boas condições de moradia. 

Papel da genética

Embora algumas doenças tenham influência genética, como certos tipos de câncer e demências, os pesquisadores reforçam que o estilo de vida e o ambiente exercem um impacto muito maior na longevidade. “Os genes explicam menos de 2% da variação no risco de morte, enquanto fatores ambientais explicam 17%”, afirma a geriatra diretora da Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia (SBCG), Alessandra Tieppo, em entrevista ao Estadão.

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