
Com as mudanças no mercado de trabalho, muitas pessoas passaram a adiar as férias, permanecendo muito tempo sem um descanso prolongado. Mas isso não é bom. Uma revisão de 32 estudos, publicada no Journal of Applied Psychology, mostra que os efeitos imediatos dessa pausa sobre o bem-estar são mais profundos e duradouros do que se imaginava.
Entre as evidências mais marcantes está um estudo que acompanhou mais de 12 mil homens com alto risco de doenças cardíacas. Os que tiravam férias todos os anos, durante nove anos, apresentaram uma redução de 20% no risco geral de morte e até 30% no risco de morte por problemas cardíacos.
A pesquisa foi conduzida por Brooks Gump, professor de saúde pública da Universidade de Syracuse.
As férias também podem prevenir a síndrome metabólica, um conjunto de fatores que aumentam o risco de infarto, AVC e diabetes. A cada nova viagem, o risco caía em média 25%. Outros estudos ainda associam férias a menor estresse, menos sintomas depressivos e mais bem-estar.
Mini férias também funcionam
Mesmo pausas curtas fazem diferença. Pesquisadores austríacos constataram que quem passou apenas quatro dias fora de casa já relatou queda no estresse e melhora no humor. Os efeitos duraram até 45 dias após o retorno.
Dormir melhor também é um dos benefícios. Um estudo com mais de 20 mil pessoas, publicado na Nature Human Behavior, mostrou que quem dormia pouco em casa conseguia recuperar o sono durante viagens, mesmo que curtas.
Descanso certo para amar
Além dos efeitos físicos e mentais, as férias fortalecem os relacionamentos. Pesquisadores descobriram que casais que vivenciam experiências novas durante as viagens sentem aumento da intimidade física e da paixão. E não é preciso luxo: explorar uma nova cidade ou experimentar uma comida diferente já gera resultados.
“A paixão pode diminuir mesmo em bons relacionamentos”, observa John K. Coffey, autor do estudo e professor associado de psicologia na Universidade Estadual do Arizona. “Mas, quanto mais experiências novas os casais tiveram durante as férias, maior foi a paixão e a intimidade física depois”, afirmou, em reportagem publicada pelo Estadão.
O mais importante, segundo os especialistas, é intercalar trabalho intenso com períodos de descanso.