Um estudo da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, descobriu que pessoas mais velhas com diagnóstico recente de enxaqueca têm três vezes mais chance de se envolver em acidentes de trânsito. O periódico especializado Journal of the American Geriatrics Society publicou um artigo sobre a tema.
Para chegar ao resultado, os pesquisadores avaliaram durante cinco anos mais de 2.500 condutores com idades entre 65 e 75 anos. Depois, a equipe separou os participantes em três grupos: com diagnóstico prévio de enxaqueca; sem diagnóstico, mas com sintomas durante a pesquisa; e pessoas que nunca apresentaram sinais.
Quem já havia sido diagnosticado antes com enxaqueca não apresentou uma chance maior de sofrer um acidente. Contudo, apresentaram mais episódios de frenagem brusca no trânsito em comparação com aqueles que nunca tiveram enxaqueca. Já as pessoas recentemente acometidas com o problema eram três vezes mais suscetíveis a batidas ou outros episódios negativos com o automóvel.
Da mesma forma, o estudo avaliou ainda o impacto de medicamentos para enxaqueca no desempenho dessas pessoas ao volante. A boa notícia é que os remédios comumente usados para tratamento não afetaram a maneira como eles conduziam o veículo no trânsito.
“Esses resultados têm implicações importantes que devem ser abordadas em relação à segurança dos pacientes idosos”, disse a pesquisadora Carolyn DiGuiseppi, ao site da universidade. Segundo ela, o ideal é que pessoas com enxaqueca procurem um médico nos primeiros sinais.
Enxaqueca no Brasil
Aqui, pelo menos 30 milhões de brasileiros convivem com enxaqueca, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Mesmo assim, o problema é subdiagnosticado e subtratado, mesmo que imponha uma série de restrições.
A enxaqueca é a segunda maior causa global de incapacidade entre as doenças – perdendo apenas para a depressão. Dessa forma, pode afetar consideravelmente a produtividade e a qualidade de vida.
Sintomas comuns*
- Sensibilidade à luz
- Náuseas e/ou vômitos
- Sintomas visuais, como pontos luminosos, escuros e linhas em ziguezague que antecedem ou acompanham as crises de dor
- Formigamento e dormências no corpo (auras)
- Tonturas e sensibilidade a movimentos
*Fonte: Biblioteca Virtual em Saúde/Ministério da Saúde