Um estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, em parceria com a IUCN (sigla em inglês de União Internacional para a preservação da Natureza), a BirdLife: International e as universidades de Oxford e Durham, mostra que esforços de conservação valem a pena.
Os pesquisadores usaram dados da “lista vermelha”, analisando 67 mil espécies. Embora a biodiversidade global continue em queda, os esforços de conservação direcionados têm sido eficazes em frear a extinção de muitos animais.
Exemplos incluem o lince-ibérico, o kākāpō da Nova Zelândia e o bisão-europeu, todos com recuperações notáveis devido a iniciativas como proteção de habitat e reintrodução. Espécies marinhas como baleias-jubarte e baleias-azuis também apresentaram recuperação após normas limitações para caça.
“Descobrimos que quase todas as espécies que passaram de uma categoria mais ameaçada para uma categoria menos ameaçada se beneficiaram de algum tipo de medida de conservação”, disse a pesquisadora Ashley Simkins, doutoranda no Departamento de Zoologia de Cambridge. “É um forte sinal de que a conservação funciona.”
Por outro lado, o estudo destaca que, para cada espécie que se fortalece, há seis outras em declínio. Por isso a importância de medidas preventivas e de colaboração local com comunidades para abordar as causas da perda de biodiversidade.
Conservação da biodiversidade
Ao redor do mundo, diversas iniciativas têm sido implementadas para proteger a fauna, mitigando os impactos da atividade humana sobre os ecossistemas naturais. Uma das principais estratégias é a criação de áreas protegidas, como parques nacionais e reservas ecológicas. Elas servem como refúgio para muitas espécies ao proporcionar um ambiente seguro para sua reprodução e crescimento populacional.
Além disso, políticas de reflorestamento ajudam a restaurar habitats degradados. A restauração desses habitats oferece um espaço adequado para a fauna e contribui para a captura de carbono. Consequentemente, pode reduzir os efeitos das mudanças climáticas.
Outro esforço fundamental é a reintrodução de espécies na natureza. Programas de reprodução em cativeiro, conduzidos por zoológicos e centros de conservação, têm sido essenciais para recuperar populações à beira da extinção. O condor-da-Califórnia e o lobo-cinzento, por exemplo, são espécies que se beneficiaram dessa abordagem.
A legislação ambiental também desempenha um papel crucial na proteção da vida selvagem. Leis contra caça ilegal e o tráfico de animais silvestres, como a Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas de Extinção (CITES), ajudam a controlar e reduzir a exploração de espécies vulneráveis.
Da mesma maneira, o envolvimento das comunidades locais na conservação, por meio de programas de educação ambiental e ecoturismo sustentável, fortalece os esforços de proteção e garante benefícios sociais e econômicos para a população.
O avanço da tecnologia também tem sido um grande aliado na conservação. O uso de drones para monitoramento ambiental, inteligência artificial para análise de dados e GPS para rastreamento de animais contribuem significativamente para a eficácia das ações de preservação.
