Como tornar um bairro mais agradável para os moradores?

Guia lançado pela ONU Habitat elenca cinco pilares

Redação FamiliarIdades
O bairro deve oferecer condições para que as pessoas priorizem o transporte público. Foto: Getty Images.
O bairro deve oferecer condições para que as pessoas priorizem o transporte público. Foto: Getty Images.

Como é um bairro ideal? Segundo a edição atualizada do guia My neighborhood (Minha Vizinhança, em tradução livre) da ONU Habitat, ele deve ser vibrante, conectado, inclusivo, resiliente e compacto.

Esses critérios podem ser adaptados para diferentes realidades. No guia, urbanistas defendem mudanças como a verticalização, promoção do uso misto, incentivo ao transporte sustentável e telhados verdes. 

Confira os principais pilares:

Bairro compacto

A ideia do bairro compacto é ter tudo à mão. Dessa maneira, as pessoas podem resolver seus problemas a pé ou de bicicleta. Para isso, ele deve ter arborização adequada e empreendimentos mistos. 

  • Infraestrutura adequada e acessível para deslocamentos a pé e de bicicleta;
  • Praça ou outro espaço público ao ar livre a 5 minutos a pé;
  • Arborização;
  • Alta densidade populacional e edifícios de uso misto (que têm simultaneamente apartamentos e escritórios e/ou estabelecimentos comerciais e de serviços, por exemplo);
  • Verticalização, com bom aproveitamento dos térreos (com lojas e outros espaços de acesso ao público em geral) e terraços verdes (com hortas e espaços de lazer);
  • Transporte coletivo eficiente,
  • Menor oferta de estacionamento em área pública e preferência por pavimentação permeável ou semipermeável 

Bairro resiliente

As mudanças climáticas impõem períodos de fortes chuvas e ondas intensas de calor. Então, os bairros devem ser planejados para superar as adversidades da melhor forma:

  • Uso misto, alta densidade e disponibilidade de serviços a uma distância caminhável;
  • Quarteirões pequenos para facilitar os deslocamentos e evacuação
  • Acessibilidade universal;
  • Desenho urbano responsivo e adaptado às características locais;
  • Mitigação de perigos, especialmente em zonas de risco
  • Ruas arborizadas e com superfícies permeáveis;
  • Implantação de espaços públicos de mitigação;
  • Edifícios responsivos ao clima 
  • Preservação e integração com a natureza;
  • Promoção da agricultura urbana;
  • Investimento em telhados verdes;
  • Utilização prioritária de matéria-prima local;
  • Acesso ao emprego próximo da moradia.

Bairros conectados

Aqui, os meios de transporte devem ser sustentáveis. O bairro deve oferecer condições para que as pessoas priorizem o transporte público, as bicicletas ou resolvam suas demandas diárias a pé: 

  • Priorização do transporte não motorizado e a pé;
  • Vias e ciclovias conectadas, que permitam deslocamentos médios e longos;
  • Rede de transporte multimodal;
  • Oferta de transporte coletivo a cerca 500 metros de distância;
  • Instalação de bicicletários;
  • Serviços básicos localizados a uma distância “caminhável”, de 5 a 15 minutos a pé;
  • Caminhos seguros e confortáveis, com boa iluminação, arborização e sinalização;
  • Acessibilidade universal.

Bairro inclusivo

Os espaços devem ser abertos e acolhedores para todos. Um bairro onde pessoas de diferentes faixas de renda e de diferentes tipos de moradia convivam.

  • Opções de moradia variadas (para diferentes perfis socioeconômicos);
  • Quadras com moradia diversificada (tamanhos, padrões e tipos de posse);
  • Estações e paradas de transporte coletivo com acessibilidade;
  • Calçadas, prédios e espaços públicos com “desenho universal”, com rampas, piso tátil, largura adequada para circulação e outras intervenções de acessibilidade;
  • Ambientes acolhedores.

Bairros vibrantes

Um bairro vibrante deve ter oportunidades, atividades, lazer e serviços para todos os moradores:

  • Uso misto, fachadas ativas, verticalização, espaços públicos qualificados, boa oferta de transporte multimodal e diversidade populacional;
  • Intervenções urbanas temporárias;
  • Equilíbrio na oferta de emprego, serviços, comércio e lazer;
  • Remodelação de espaços e construções subutilizados ou abandonados;
  • Valorização da identidade local;
  • Planejamento urbano e arquitetônico adaptado às características locais;
  • Transporte público com tarifa acessível;
  • Preservação e valorização do meio ambiente local;
  • Oferta diversificada de atividades nos espaços públicos;
  • Presença de pequenos comércios e serviços locais.

O manual, voltado para profissionais de planejamento, urbanistas, ONGs, acadêmicos e representantes governamentais, pode ser usado para a melhoria de estratégias e intervenções urbanas conectadas com as necessidades atuais e futuras da sociedade. 

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