Pesquisadores da Universidade do Ceará criaram um cimento mais resistente e sustentável com resíduos industriais. O material reduz as emissões de carbono. Assim, é uma opção muito mais sustentável e que pode se tornar competitiva no mercado.
Cinzas de carvão e escória de aciaria, resultado da produção do aço e da queima de combustíveis nas termelétricas a carvão, compõem o cimento verde. A fórmula pode reduzir a emissão de CO2 em até 75%.
“Devido à instalação da indústria siderúrgica no Ceará há quase 10 anos, os resíduos siderúrgicos são abundantes no nosso estado. Da mesma maneira, quando há queima de carvão mineral nas termelétricas locais, há excesso de cinzas de carvão mineral”, disse o professor Lucas Babadopulos à Agência UFC. Ele assina como inventor responsável pela patente.
“Combinados em proporções inteligentemente escolhidas, e reagidos em meio fortemente alcalino, forma-se um poderoso cimento que pode ser produzido dando destinação nobre para o que seriam resíduos industriais.”
Segundo o pesquisador, o uso do cimento geopolimérico pode reduzir os custos das construções.
“Uma vez que os materiais utilizados para produção do cimento geopolimérico são resíduos industriais de baixo valor agregado, o cimento produzido a partir desse material tende a ser economicamente competitivo no futuro, desde que haja escala de produção industrial, em locais em que os resíduos estejam disponíveis”, afirmou. “Além disso, podem ser utilizados em aplicações com necessidade de redução de pegada de carbono.”
O cimento verde foi desenvolvido nos laboratórios do Departamento de Engenharia Estrutural e Construção Civil da Universidade Federal do Ceará (UFC). Também recebeu a carta-patente do Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).
