
Os créditos de carbono zero são um incentivo criado no Protocolo de Kyoto de 1997 para reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera, responsáveis pelo efeito estufa.
Eles são instrumentos financeiros, como moedas, adquiridos quando uma nação, empresa ou comunidade deixa de emitir uma tonelada de dióxido de carbono (CO2) ou de gases de efeito estufa (GEE) no ar. Esses créditos podem ser negociados no mercado de carbono para financiar iniciativas de sustentabilidade do planeta.
Países que reduzem as emissões de gases do efeito estufa recebem uma certificação da redução que conta como um crédito de carbono.
Para outros gases, essa proporção muda. Por exemplo: no caso do gás metano, com potencial de aquecimento global 21 vezes maior que o CO2, são oferecidos 21 créditos de carbono para cada tonelada reduzida.
Esses créditos são negociados no mercado de créditos de carbono, uma vez que nações, organizações ou comunidade que não conseguiram cumprir suas metas de redução estabelecidas possam comprá-los. Os recursos obtidos na venda são utilizados para proteger áreas de preservação natural, em tecnologias de energia limpa, reflorestamento, assim como fiscalização de desmatamento.
Carbono zero
O termo “carbono zero” refere-se ao esforço de equilibrar as emissões de CO2 com a remoção equivalente desse gás da atmosfera. Isso resulta em um impacto líquido zero no clima.
Para alcançar essa neutralidade, as organizações podem investir em projetos que geram créditos de carbono. Por exemplo: iniciativas de reflorestamento, conservação de florestas ou ações de energia limpa, como parques solares ou eólicos e tecnologias de captura de carbono.
Esses projetos são certificados por entidades reguladoras para garantir que a redução das emissões seja real e verificável.
Mercado de créditos de carbono
O mercado de créditos de carbono surgiu como uma forma de incentivar a redução das emissões de gases de efeito estufa e promover a sustentabilidade.
Há dois tipos principais de mercados de carbono: o regulado e o voluntário.
- Regulado. Os governos estabelecem metas de emissão para setores específicos e empresas. Se uma empresa não atingir sua meta, ela deve comprar créditos de carbono para compensar o excedente de gás que emite.
- Voluntário. Empresas e indivíduos podem comprar créditos de carbono para cumprir metas de sustentabilidade e melhorar a imagem em relação aos consumidores. Assim, também contribuem para capitalizar mais recursos para a implementação de novos projetos que combatam a poluição.
Potencial econômico
Segundo o SEBRAE, o mercado de crédito de carbono no Brasil tem um grande potencial econômico. Estima-se que, até 2050, esse mercado movimentará mais de 300 bilhões de dólares americanos.
O Decreto 11.075/22 regulamenta o mercado de créditos de carbono no Brasil, sendo um ponto de partida para que o País tenha um mercado regulamentado até 2025.
Ao adquirir créditos de carbono, uma empresa pode compensar suas emissões residuais, aproximando-se da meta de carbono zero. Por exemplo: a Enel oferece soluções para empresas que desejam neutralizar suas emissões por meio da compra de créditos de carbono. Assim, permite que elas se posicionem a favor da descarbonização e fortaleçam sua imagem sustentável no mercado.
Carbono zero não é tudo
É importante notar que a simples compra de créditos de carbono não deve substituir esforços diretos de redução de emissões. A combinação de medidas internas de redução com a compensação por meio de créditos é considerada uma abordagem mais eficaz e responsável para atingir o carbono zero.
Mesmo assim, os créditos de carbono são ferramentas valiosas no caminho para a neutralidade de carbono. Afinal, permitem que empresas e indivíduos compensem suas emissões enquanto implementam estratégias de redução direta. Consequentemente, contribuem para um futuro mais sustentável.