Carbono zero pode atenuar as mudanças climáticas

Segundo a ONU, Terra está 1,1 grau mais quente do que estava no início da Revolução Industrial

Redação FamiliarIdades
Empresas e governo estão adotando políticas de carbono zero para promover a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Foto: Getty Images.
Empresas e governo estão adotando políticas de carbono zero para promover a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Foto: Getty Images.

A importância do carbono zero tem relação com a necessidade urgente de atenuar as mudanças climáticas. Segundo a ONU, a Terra está 1,1oC mais quente do que estava no início da Revolução Industrial. Esse aumento da temperatura global já impacta o ecossistema do planeta. 

A temperatura global poderá aumentar ainda mais, entre 3 a 5 oC até o final do século, se o ritmo de emissões de dióxido de carbono se mantiver no mesmo padrão atual. 

Então, o mundo precisa reduzir as emissões globais de gás carbônico entre 25% e 55% até 2030, em comparação com os níveis de 2018, para limitar o aumento da temperatura média da Terra a um nível seguro. No Brasil, a meta é reduzir as emissões totais em 43% até 2030.

Para se ter uma noção, o pior cenário de aumento do aquecimento global é de no máximo 1,5 °C. Portanto, temos o grande desafio de reduzir a produção que utiliza fontes fósseis, como carbono e petróleo, em cerca de 6% ao ano entre 2020 e 2030.

Mas podemos reduzir o impacto ambiental através da compensação das emissões de carbono. Assim, devemos buscar iniciativas como o plantio de árvores, a compra de créditos de carbono e a adoção de tecnologias limpas.

O que significa carbono zero?

O conceito de ‘carbono zero’ surgiu no Protocolo de Kyoto em 1997 e refere-se à neutralização das emissões de gases de efeito estufa (GEE), especialmente o dióxido de carbono (CO₂), que resultam de atividades humanas. 

O objetivo é equilibrar a quantidade de CO₂ que se emite com a quantidade que se remove da atmosfera, seja por meio de processos naturais, como a fotossíntese, ou por tecnologias de captura e armazenamento de carbono.

A emissão excessiva de GEE intensifica o efeito estufa. Isso leva ao aquecimento global e a consequências ambientais adversas. Por exemplo: aumento do nível do mar, eventos climáticos extremos, bem como perda de biodiversidade. 

“A questão central das mudanças climáticas é de que as emissões globais de gases de efeito estufa continuam a aumentar apesar de que, desde a Conferência de Estocolmo, de 1972, ou seja, há mais de 50 anos, já alertava a nossos governantes, as empresas e a sociedade dos riscos que nós estávamos correndo com a mudança do clima e a emissão de gás de efeito estufa para a atmosfera.” Diz o acadêmico Paulo Artaxo, membro do Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de mudanças climáticas, em entrevista ao canal Mudanças Climáticas do Youtube.

Para mitigar esses efeitos, é fundamental reduzir as emissões e adotar práticas sustentáveis.

Iniciativas do Programa Carbono Zero no Brasil

O Brasil aumentou a emissão de dióxido de carbono entre 10% e 12% somente no ano de 2020, mesmo quando a economia foi afetada pela COVID 19, segundo artigo publicado no site da FIA (Fundação Instituto de Administração).

Portanto, isso funcionou como um alerta e iniciativas como o Programa Carbono Zero foram tomadas. Elas incentivam empresas a adotarem medidas para neutralizar suas emissões. 

Empresas e governo estão adotando políticas de carbono zero para promover a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Essas políticas incluem a reformulação de processos produtivos, a utilização de energia limpa e renovável, e a recuperação de áreas degradadas.

Além de contribuir para a preservação ambiental, a participação em programas de carbono zero pode fortalecer a imagem da empresa perante consumidores cada vez mais conscientes e preocupados com a sustentabilidade.

Transição energética

A transição energética também desempenha um papel fundamental na busca pelo carbono zero. Isso envolve a substituição de fontes de energia fósseis, como carvão e petróleo, por fontes renováveis e não emissoras, como eólica, solar e biomassa. 

Além disso, tecnologias de captura e armazenamento de carbono e o uso de hidrogênio renovável são estratégias promissoras para reduzir as emissões no setor energético.

No Brasil, por exemplo, a energia elétrica é renovável em sua maior parte por ser produzida em usinas hidrelétricas que não emitem gás carbônico. Porém, em períodos de seca, usinas termelétricas movidas a combustíveis fósseis são acionadas para compensar a falta de energia que deixa de ser produzida em razão do baixo nível dos rios. Conforme divulgado no site EPE (sigla para Empresa de Pesquisa Energética).

Daí a importância da conscientização do consumidor para reduzir o consumo de energia no dia a dia.

Em resumo, o carbono zero é uma meta essencial para enfrentar as mudanças climáticas e promover um desenvolvimento sustentável. A adoção de práticas que visam à neutralização das emissões de carbono é fundamental para garantir um futuro equilibrado e saudável para o planeta.

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