Pesquisadores da Universidade Federal de Jataí (UFJ) e da Universidade Federal de Rondonópolis (UFR) desenvolveram cápsulas biodegradáveis feitas de embalagem de ovo capazes de aumentar a taxa de germinação de sementes e reduzir custos de reflorestamento no Cerrado.
O estudo, publicado na revista científica Ciência Rural, destaca resultados promissores para espécies nativas como baru, angico-branco e tamboril.
Como atuam as cápsulas biodegradáveis
Feitas com material reciclado, as cápsulas custam menos de R$ 1 e elevaram a taxa de germinação do baru para 97%, enquanto o angico-branco e o tamboril alcançaram 42% e 12%, respectivamente. Esses números contrastam com as taxas da semeadura direta, que variaram de 8% a 21%.
O sucesso é atribuído ao efeito estufa criado pela cápsula, que retém umidade. Além disso, protege as sementes de desidratação e regula a temperatura. Esses são fatores essenciais para a germinação.
Além do benefício ambiental, o uso das cápsulas também é uma alternativa econômica para projetos de recuperação de áreas degradadas.
Atualmente, os custos de reflorestamento no Cerrado podem variar entre R$ 25 mil e R$ 30 mil por hectare. “Com as cápsulas, conseguimos aumentar a eficiência da germinação, reduzindo a necessidade de produção em viveiros”, explica Normandes Matos da Silva, um dos pesquisadores envolvidos, em entrevista ao Estadão.
O projeto também incorpora tecnologia avançada, como drones capazes de dispersar as cápsulas em áreas de difícil acesso. Segundo Karine Lopes, coautora do estudo, os drones podem lançar até dez quilos de sementes com precisão de um metro, acelerando o processo de restauração.
Com 50% da vegetação original do Cerrado degradada, a inovação surge como uma aliada crucial para preservar o bioma e combater os impactos do desmatamento.
