
Um novo estudo do MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts), nos EUA, confirma que a camada de ozônio da Antártida está se recuperando. Isso ocorre graças aos esforços globais para reduzir substâncias destruidoras da camada de proteção da Terra, como os clorofluorcarbonos (CFCs).
“Tivemos muitas evidências qualitativas mostrando que o buraco na camada de ozônio da Antártida está melhorando”, disse Susan Solomon, autora do estudo. “A conclusão é que, com 95% de confiança, está se recuperando. O que é incrível. E isso mostra que podemos realmente resolver problemas ambientais.”
Por que é importante reduzir o buraco na camada de ozônio?
O buraco na camada de ozônio é uma preocupação ambiental global que afeta a proteção natural da Terra contra a radiação ultravioleta (UV) do Sol. Afinal, localizada na estratosfera, ela age como um escudo. Assim, absorve grande parte da radiação UV prejudicial, prevenindo danos tanto à saúde humana quanto ao meio ambiente.
A principal causa do buraco na camada de ozônio é a emissão de substâncias químicas chamadas clorofluorcarbonetos (CFCs) e outros gases que contêm cloro e bromo. Essas substâncias foram amplamente utilizadas em aerossóis, sistemas de refrigeração, assim como extintores de incêndio.
Mas, quando liberadas na atmosfera, elas sobem até a estratosfera. Lá, se decompõem pela radiação solar. Com isso, liberam átomos de cloro e bromo que destroem as moléculas de ozônio.
O problema se tornou evidente na década de 1980, quando cientistas detectaram uma grande redução na concentração de ozônio sobre a Antártica. O fenômeno ficou conhecido como “buraco na camada de ozônio”.
Para conter essa ameaça, a comunidade internacional adotou o Protocolo de Montreal, um acordo assinado em 1987 que determinou a eliminação progressiva da produção e do uso de substâncias destruidoras.
Técnica de impressão digital avalia recuperação
Os cientistas usaram uma técnica conhecida como “impressão digital” para identificar a influência específica da redução de substâncias destruidoras da camada de ozônio. Esse método isola a influência de fatores climáticos específicos, bem como o ruído meteorológico natural.
“A atmosfera tem uma variabilidade realmente caótica dentro dela”, explicou Susan. “O que estamos tentando detectar é o sinal emergente de recuperação do ozônio contra esse tipo de variabilidade, que também ocorre na estratosfera.”
As simulações mostraram um padrão claro de recuperação, que satélites vinham observando desde 2005. Assim, com 95% de confiança, a equipe concluiu que a recuperação é principalmente devido à diminuição de substâncias destruidoras de ozônio.
Dessa maneira, se a tendência continuar, espera-se que até 2035 a camada de ozônio sobre a Antártida possa estar completamente intacta em alguns anos. “Isso é muito emocionante”, disse Solomon. “Alguns de vocês verão o buraco na camada de ozônio desaparecer completamente de suas vidas. E foram as pessoas que fizeram isso.”