Mais de mil praias brasileiras receberam a visita de integrantes do projeto MICROmar. Desde 2023, o grupo recolhe água e areia em inúmeras cidades e, em parceria com universidades estaduais e federais, avalia a quantidade de microplásticos presentes no litoral. Os primeiros resultados preocupam.
“Nossas praias estão altamente poluídas por microplásticos. Em todos os Estados, foi possível identificar partículas”, disse o pesquisador Guilherme Malafaia, do Instituto Federal Goiano, ao Jornal da USP. São Paulo, Paraná, Sergipe e Bahia apresentam altos níveis de poluição.
“Buscamos realizar coletas em um maior número possível de praias de modo a permitir a inclusão de áreas com diferentes características, apresentando variações de aspectos e indicadores, que serão importantes para relacionarmos com os níveis de poluição por microplástico na costa brasileira.”
Os microplásticos estão associados a danos na saúde de organismos e biomas aquáticos. Os animais marinhos consomem essas partículas, o que pode ter enormes impactos na reprodução e no crescimento.
Produção e importação de lixo
De acordo com o pesquisador, o Brasil ocupa a quarta posição no ranking dos países que mais produzem lixo plástico no mundo. Ficamos atrás apenas dos Estados Unidos, China e Índia.
Mas, segundo o professor Marcelo Pompêo, do Departamento de Ecologia do Instituto de Biociências (IB) da USP, “o mar também está trazendo o microplástico que vem de fora, de outros países”. Então, não é só sujeira daqui.
Seja como for, esta pesquisa é fundamental para avaliar a condição do litoral brasileiro. Da mesma forma, a mudança no comportamento de consumo é essencial para reduzir a presença dessas partículas na natureza.
“Tirar o microplástico do meio no dia a dia é impossível, mas nós podemos mudar o uso. Tudo aquilo que é considerado de uso único poderia ser abolido, para que a gente desse um uso mais ‘nobre’ para o microplástico, com produtos que são mais duráveis”, disse Pompêo.
Como reciclar plástico?
Com soluções criativas, é possível reciclar plástico, reduzir os impactos no meio ambiente e ainda economizar na decoração de casa. Por exemplo: as sacolas plásticas podem virar crochê e as garrafas pet, vasos modernos. Quer mais dicas? Veja aqui.