O videogame atrai crianças e adolescentes com diversão e aprendizado. Mas o uso excessivo pode ser prejudicial à saúde. Tanto é que, em 2018, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o vício como um distúrbio de saúde mental. No ano seguinte, a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alertou para o aumento da dependência em jogos eletrônicos, conhecida como gaming disorder.
Em entrevista ao Estadão, a psicoterapeuta infantil e doutora em Psicologia do Desenvolvimento Tauane Gehn afirmou que os videogames não são vilões, “mas é preciso equilíbrio entre o uso dos jogos e outras atividades”. Ela disse ainda que orientações radicais, como proibir totalmente o uso, não são eficazes em longo prazo.
Moderação no videogame é a chave
A psicoterapeuta sugere aos pais algumas estratégias para combater o vício. Por exemplo: estabelecer regras claras sobre quando, onde e por quanto tempo jogar. Além disso, a família pode definir acordos específicos sobre direitos e deveres em relação à atividade.
Da mesma forma, “fortalecer as relações familiares é importante para mostrar à criança e ao adolescente que o mundo fora das telas também vale a pena”. Assim, proponha passeios ao ar livre, como visitas a parques, que estimulem interações sociais e o contato com a natureza. Ao mesmo tempo, atividades artísticas como desenho e pintura exercitam a criatividade e desenvolvem habilidades manuais.
Jogos de tabuleiro e quebra-cabeças também podem ser bons aliados para promover o raciocínio lógico e estratégico. A prática de esportes, como natação, dança, artes marciais e ginástica, não só contribui para a saúde física, mas também ensina disciplina e trabalho em equipe.
A leitura, por sua vez, estimula a criatividade, enriquece a linguagem e o conhecimento. Já visitas a reservas naturais e museus oferecem uma experiência educativa e cultural.
Ao oferecer novas atividades, os pais fortalecem as relações com seus filhos, contribuem para o seu desenvolvimento, sem deixar de lado o entretenimento que eles tanto gostam nos videogames.