Uma das grandes preocupações dos pais é alimentar corretamente recém-nascidos e bebês. Assim, para ajudar nesse desafio, a Organização Mundial da Saúde (OMS) atualizou seu guia com diferentes recomendações para o período de fornecimento de leite materno ou fórmula e também para crianças de 6 a 23 meses de idade.
Segundo o documento, nessa fase, as crianças aprendem a aceitar alimentos e a estabelecer padrões para o longo prazo. Também é o período de maior risco para falhas no crescimento e deficiências nutricionais. Por isso, seguir as recomendações de especialistas é tão importante.
Amamentação de bebês
A recomendação básica da OMS permanece: preferência pelo leite materno por, no mínimo, seis meses. E, se possível, mães devem amamentar até 2 anos ou mais, mesmo após a introdução alimentar.
“Há muitos anos, a Sociedade Brasileira de Pediatria adota o conceito da OMS que indica que o aleitamento materno deve ser exclusivo pelo menos até o sexto mês, o que pode ser considerado uma orientação que tem o objetivo de proteger as mães e as crianças de todos os níveis sociais, garantindo as vantagens imbatíveis do leite materno”, disse Mauro Fisberg, membro do corpo de orientadores em Pediatria da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em entrevista à Agência Einstein.
O leite materno é o alimento mais completo e indicado para suprir cálcio, vitaminas e minerais necessários à boa formação da criança. Se a amamentação não for possível, o médico pediatra deve prescrever fórmulas infantis de acordo com a idade do bebê.
Fórmulas infantis
O guia mudou a recomendação para fórmulas infantis. Bebês de 6 a 11 meses que não são amamentados podem receber tanto com fórmulas infantis quanto leite de vaca. Mas, a partir de 1 ano, pais podem deixar de lado fórmulas ou compostos lácteos.
Segundo a OMS, estudos compararam o uso das fórmulas com o leite de vaca e não encontraram associações com doenças, crescimento ou desenvolvimento. Mesmo assim, antes de tomar qualquer decisão, é preciso conversar com o pediatra.
“Existem posicionamentos da Sociedade Brasileira de Pediatria e de outras sociedades médicas evidenciando que a introdução de leite de vaca in natura antes do final do primeiro ano de vida pode desencadear problemas importantes, como maior risco de anemia, sangramentos intestinais e alergia alimentar”, afirmou Fisberg.
Introdução alimentar
O guia recomenda ainda que a introdução alimentar ocorra a partir dos 6 meses. Se tardia, as crianças podem sofrer com a falta de nutrientes essenciais, como o ferro, e dificuldades em aceitar novos alimentos.
O documento também considera a introdução antes desse período, desde que os riscos de desenvolvimento de doenças – caso de locais onde a higiene dos alimentos e da água não é adequada, por exemplo – sejam avaliados.
Em alguns casos, somente após avaliação médica, a introdução deverá ocorrer a partir do quarto mês, mas nunca antes das 16 semanas ou depois das 26 semanas de vida.
Alimentos
A partir dos 6 meses, os bebês devem ter uma alimentação equilibrada e diversificada, com frutas, legumes, verduras, carnes, ovos ou peixe, assim como sementes e nozes. O consumo de amido deve diminuir.
Evite oferecer alimentos ricos em açúcar, sal, bebidas açucaradas ou adoçantes. Também limite a oferta de sucos de frutas.
No período de introdução alimentar, os pais devem apresentar novas verduras, legumes e frutas aos bebês, bem como respeitar a preferência e o apetite dos pequenos. Caso tenham dificuldades, o melhor caminho é conversar com o médico.