Separação: como falar com os filhos sobre isso?

Pais devem deixar claro que o rompimento é exclusivamente conjugal

Redação FamiliarIdades
A separação do casal não precisa ser uma decisão marcada por dor e sofrimento. Foto: Getty Images.
A separação do casal não precisa ser uma decisão marcada por dor e sofrimento. Foto: Getty Images.

Dar fim a um casamento não precisa ser uma decisão marcada por dor e sofrimento, ainda mais para as crianças frutos desse relacionamento. Por isso, é importante que os pais deixem claro para os filhos que a separação é apenas conjugal, e não afetará o amor que ambos sentem pelos pequenos.

“Acho essencial que as crianças se sintam cuidadas, que saibam que os pais estão pensando nelas, no melhor para elas, na proteção delas”, afirma a psicóloga Belinda Mandelbaum, coordenadora do Laboratório de Estudos sobre Família, Relação de Gênero e Sexualidade (LEFAM), do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). “Elas devem entender que isso está garantido, independentemente da separação dos pais.”

A professora orienta que os pais comuniquem a decisão aos filhos apenas depois de acertar detalhes do processo, como a possibilidade de guarda compartilhada e outros aspectos que poderiam afetar a vida das crianças.

“Tem que sempre levar em consideração como vão ficar as crianças, os cuidados necessários, onde vão morar, com quem vão morar, se a guarda será compartilhada, ou não”, diz. 

Casamento infeliz e separação

“Um casal não deve ficar junto só pelos filhos, até porque isso pode fazer muito mal a elas. Brigas em casa, ressentimento, uma relação com muitos atritos, isso também afeta os filhos”, afirma Belinda. O fim do relacionamento, muitas vezes, pode causar uma sensação de alívio e melhora da saúde mental das crianças.

“Talvez sirva como um aprendizado importante para as crianças, de que os pais têm direito de ser felizes e que estão cuidando disso. Se elas não entenderem no momento, elas podem entender no futuro, até para suas próprias vidas.”

Também é importante que o casal não envolva os filhos em um eventual conflito, “convocando” para um lado ou outro. A figura dos dois responsáveis deve ser preservada, ainda que isso seja difícil. 

A reação das crianças, explica Mandelbaum, pode surgir verbalmente, mas também numa mudança de comportamento. Os pais devem ficar atentos a isso. “A criança pode se deprimir ou ficar mais ansiosa, ter problemas no rendimento escolar”, diz. “Os pais, então, precisam ter uma postura de escuta e acolhimento.”

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