Muitos filhos, quando chegam à adolescência, começam a recusar os convites dos pais para passeios ou atividades em família. Embora isso possa causar certo incômodo nos adultos, não deve ser motivo de preocupação. Afinal, essa atitude dos adolescentes pode ser explicada pela Ciência.
O neuropsiquiatra Daniel Siegel, da Universidade da Califórnia de Los Angeles (UCLA), nos Estados Unidos, explica em vídeo no YouTube que os adolescentes se afastam dos pais por dois motivos. O primeiro é por instinto biológico. Em segundo lugar, isso ocorre pela busca de autonomia e identidade.
Instinto biológico
De acordo com Siegel, que é autor de vários livros sobre desenvolvimento infantil e parentalidade consciente, somos mamíferos e, por essa razão, dependemos de um adulto para sobreviver quando somos pequenos.
Porém, diferentemente de outros animais dessa subclasse de vertebrados, a natureza do ser humano desenvolveu o apego, que fomenta atitudes colaborativas entre os que os cercam desde cedo.
Na adolescência, ocorre o instinto de desatar os laços para se preparar para a vida adulta. O apego, então, é extrapolado para amigos ou parceiros. Essa atitude não é nociva. Ao contrário, ela é importante para desenvolver independência e autossuficiência dos futuros adultos.
Autonomia e identidade
A adolescência é a fase do esforço pela busca de autonomia e identidade. Assim, o jovem geralmente se afasta dos pais para se autoafirmar. Nesse momento, ele quer a identificação, o apego e a aprovação dos amigos.
“Por que é natural você voltar a sua atenção aos colegas quando se é adolescente? Porque é disso que você vai depender quando sair de casa. Na verdade, na natureza, se você for um mamífero sem um grupo de adolescentes, você estará praticamente morto”, explica Siegel.
Assim, embora esse afastamento possa trazer certa tristeza para os pais, é um momento importante da vida do filho. É nesta fase que ele se fortalecerá para sobreviver em um mundo diverso e uma vida cheia de obstáculos.
Contudo, apesar deste distanciamento ser natural e esperado, os pais devem manter uma comunicação aberta e oferecer apoio. Dessa forma, os jovens vão se sentir seguros em voltar para casa e para o afeto do lar sempre que precisarem.