As crianças começam a desenvolver o pensamento matemático a partir de três anos. Antes de terem acesso ao ensino formal, elas descobrem formas alternativas de resolver problemas. Afinal, a habilidade cognitiva ainda está em desenvolvimento e a criatividade é a arma que possuem para tentar entender o mundo que a rodeia.
Portanto, em vez de esperar uma resposta satisfatória da criança sobre um problema matemático, entenda primeiro como ela pensa. Segundo o professor Herbert Ginsburg, da Universidade de Columbia, nos EUA, geralmente os adultos simplesmente não percebem que os pequenos pensam de forma diferente.
Ele conduziu várias pesquisas sobre o pensamento matemático em crianças pequenas e fez um breve apanhado de suas conclusões em artigo para o Dreme. Nele, faz referências, com os devidos hiperlinks para que o leitor assista a vídeos de conversas entre adultos e crianças sobre ideias matemáticas. Textos trazem as interpretações que o pesquisador fez dessas situações.
Um exemplo interessante foi a conversa com um menino de quatro anos chamado Ben. Ao ser perguntado sobre a quantidade de algumas fichas amarelas, o garoto contou corretamente oito fichas. Depois, as fichas foram cobertas com papel. A pergunta foi refeita. Mas Ben não soube responder. Isso demonstra que, para a criança, fora da vista é fora da mente.
Ginsburg dá dicas interessantes para conversas de matemática entre a família. Com elas, as crianças pequenas conseguem perceber a importância dos números na vida cotidiana. De quebra, os pais aprendem a entender como elas pensam.
Cinco formas de estimular o pensamento matemático:
- Faça perguntas que impeçam respostas sim ou não. Por exemplo, no lugar de perguntar “Tem três peixes aqui?”, pergunte “Quantos peixes tem aqui?”.
- Chame a atenção das crianças. Aproveite as oportunidades em atividades que a criança faz com prazer. Assim, pergunte sobre matemática, formas ou quantidade dos objetos que elas usam enquanto brincam.
- Aceite a resposta errada. Aproveite a resposta incorreta para prolongar a conversa e entender a cabecinha da criança: “Como você contou os peixes?”.
- Aponte e use gestos corporais. Isso ajuda as crianças a fazer conexões entre as palavras matemáticas que estão ouvindo e o que estão vendo. “Eu tenho seis frutas (circule com o dedo) e você tem quatro (aponte o dedo para elas).
- Compare e diferencie. Fale sobre como as coisas são semelhantes ou diferentes. Isso ajuda a fortalecer a compreensão das crianças sobre os conceitos matemáticos. “Esses dois quadrados têm os quatro lados do mesmo tamanho, mas esse retângulo não é um quadrado porque tem esses dois lados maiores.”
As conversas matemáticas são importantes porque favorecem o aprendizado das crianças pequenas naturalmente. Isso desperta o amor pela disciplina desde cedo. Da mesma forma, ensina os adultos sobre como os pequenos pensam, o que promove atitudes mais assertivas em relação ao mundo infantil.