Entre os 40 e 50 anos, as mulheres têm um declínio na produção de hormônios reprodutivos e os seus óvulos se esgotam. Assim, entram na menopausa. Cientistas já perceberam que, quando isso acontece, ou seja, quando os ovários param de funcionar, problemas de saúde aparecem com mais frequência.
Por isso, os Estados Unidos, por meio de uma iniciativa da Casa Branca, estão incentivando pesquisas para entender melhor a relação entre menopausa, a longevidade e a saúde feminina.
Ovários estão no centro das pesquisas
Em matéria do The New York Times traduzida e publicada pelo Estadão, Jennifer Garrison, professora do Instituto Buck de Pesquisa sobre Envelhecimento, explica que os ovários são “uma complexa rede de sinalização no corpo da mulher”, comunicando-se com todos os outros órgãos do corpo por meio da produção de hormônios e de outras substâncias.
Com a menopausa, ocorre uma espécie de ‘silenciamento’ dos ovários, aumentando as chances das mulheres desenvolverem doenças como demência, osteoporose e problemas cardiovasculares. Isso implica em uma menor expectativa de vida.
Embora a relação dos ovários com a longevidade seja avaliada, ela não é conclusiva. Cientistas ainda se perguntam se os ovários seriam “o motor da saúde” ou se existem outros fatores que podem acelerar o seu envelhecimento, antecipando a menopausa.
“O ovário é apenas um marcador da saúde geral ou será que ele faz uma contagem regressiva e causa problemas de saúde?”, questiona Stephanie Faubion, diretora médica da Menopause Society.
Ter ovários ativos por mais tempo é possível?
Alguns experimentos tentam reduzir o número de óvulos perdidos pelas mulheres a cada ciclo menstrual. Dessa forma, pretendem retardar o esgotamento dos óvulos e manter os ovários ativos por mais tempo. Na Universidade de Columbia, por exemplo, um experimento com rapamicina, um imunossupressor usado contra rejeição de órgãos transplantados, se mostrou eficiente em camundongos. Agora, pesquisadores conduzem um ensaio clínico para avaliar os efeitos em humanos.
Segundo o professor Zev Williams, que conduz a pesquisa, a rapamicina pode desacelerar o envelhecimento em geral, além de ter um papel na função ovariana. “A oportunidade de ter uma intervenção relativamente simples e de baixo custo que pode realmente melhorar a qualidade de vida e estender a longevidade é grande. Acho que todos nós estamos muito animados para ver se isso realmente pode acontecer ou não”, afirma.