Eis que seu filho chegou à puberdade e você se angustia por não conseguir lidar com o comportamento rebelde característico dessa fase da vida. “O que eu fiz de errado?” talvez seja a pergunta mais comum entre os pais de adolescentes. O psicólogo Adam Price, autor do livro He’s Not Lazy (Ele não é preguiçoso, em tradução livre) e especialista em adolescentes, elencou os principais equívocos.
Os 10 erros mais comuns de pais de adolescentes:
Se identificar demais com seus filhos
É natural os pais assumirem as emoções que seus filhos sentem. A isso chamamos de empatia. Ou seja, nos colocarmos no lugar do outro. Mas o excesso tira a oportunidade dos filhos de terem suas próprias experiências, opiniões e resolução de problemas. Um apoio é sempre bem-vindo. Porém, sem exageros.
Levar para o lado pessoal
“Eu te odeio!” ou “Vou embora dessa casa!” são frases desconcertantes. Contudo, elas indicam a confiança que seu filho tem de seu amor por ele. Portanto, não leve para o lado pessoal. Apenas saiba que você é apenas um alvo seguro. Mas não tolere maldade ou desrespeito. Se ele magoar você, dê um tempo e converse sobre isso em uma ocasião mais oportuna. Dessa maneira você evita sentimentos que destroem seu próprio equilíbrio emocional, fato que leva a cometer erros.
Fazer previsões sobre o futuro de seu filho
A vida está em constante mudança. É impossível prever o que está por vir. Então, evite frustrações ao idealizar o futuro de seu filho. Pense em educá-lo no presente. É sempre melhor falar “Eu sei que você vai acabar descobrindo isso” do que “Como você vai ser bem-sucedido agindo dessa maneira?”.
Perder o controle
Tenha em mente que seu filho não é um adulto, apesar de ele já ter o corpo de um. Ele ainda está na fase de desenvolvimento de suas habilidades emocionais como autocontrole e autorregulação. Nas ocasiões em que ele demonstrar birra por ter de fazer alguma tarefa, procure orientá-lo, mas nunca faça a tarefa por ele.
Se envolver em disputas de poder
Lembre-se sempre que seu filho é um poderoso lutador. Ele sempre sai ganhando, pois essa é a forma que ele tem de afirmar sua independência e se sentir mais adulto, apesar de agir como uma criança. Conflitos acontecem entre os desejos de pais e filhos. Portanto, deixe ele escolher qual desejo será realizado primeiro, sem esquecer de cobrar a escolha que ficou para depois.
Compensar as atitudes do cônjuge
É comum os pais terem ideias diferentes de como educar seus filhos. Um pode ser mais rigoroso e o outro mais permissivo. Assim, ao tentar compensar as atitudes que reprova na relação de seu cônjuge com seu filho, você se coloca entre os dois. E isso é uma violação de limites. Deixe que seu filho aprenda a negociar com cada um dos pais. Porém, não admita violência.
Falar quando você precisa ouvir
Saber ouvir é um ato de amor incondicional. “Não escute apenas para ver as coisas da perspectiva do seu filho. Ouça para entender como a perspectiva dele faz sentido para ele. Faça perguntas de ‘como’ ou ‘o que’ para fazê-lo falar, mas fique longe do ‘por quê’, pois isso pode fazê-lo se sentir na defensiva”, explica Price.
“Todos nós cometemos esses erros e cometeremos muito mais. Por mais que queiramos ser um, não existe um pai perfeito. Tenha isso em mente: a paternidade não é uma habilidade, é um relacionamento. Uma das qualidades mais importantes de um bom relacionamento é ser capaz de tolerar os erros uns dos outros, aprender com eles, pedir desculpas quando necessário e seguir em frente.” Adam Price, autor de He’s Not Lazy
Fazer coisas que ele pode fazer sozinho
As dificuldades existem, mas cada um deve encontrar por si a solução. Pode parecer difícil para os pais quando envolve problemas que o filho está enfrentando. Neste caso, o melhor a se fazer é uma lista das coisas que seu filho pode fazer sozinho e incentivá-lo a isso.
Deixar a provocação virar hábito
Os adolescentes adoram provocar seus pais. Esta é uma forma que eles têm de afirmar uma identidade independente. Não leve para o lado pessoal. Procure responder às provocações com humor. Uma resposta interessante pode ser usada por ele em outra ocasião, como quando precisar retrucar às provocações de seus amigos.
Violar a privacidade
Bisbilhotar o que seu filho faz, além de ultrapassar os limites, destrói a confiança que ele tem em você. E na maioria dos casos incentiva a mentira. Isso não quer dizer que você não deva ficar a par do que ele está a fazer. Simplesmente seja discreto e dê a ele a oportunidade de ter sua privacidade. Entretanto, se você achar que existe algum risco de ele se machucar, ou outro problema sério, faça o que puder para intervir.