A música pode ser mais do que um recurso de entretenimento, servindo como uma importante ferramenta de educação e transformação.
“Assim como as demais artes e modalidades esportivas, ela tem cumprido um papel importante em nossa sociedade como uma promotora de inclusão social”, afirma Cristiane Almeida, presidente da Associação Brasileira de Educação Musical (Abem).
Cristiane, que também é professora da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), defende que o aprendizado sobre música ocorra desde os primeiros anos de escolarização. Além disso, propõe que o ensino musical seja utilizado como uma ferramenta pedagógica para outras áreas do conhecimento.
“Todas as pessoas deveriam ter direito à educação musical, assim como têm direito ao conhecimento linguístico, matemático, histórico e de demais disciplinas acadêmicas.”
Mas esse encargo não precisa ser colocado em prática apenas em ambientes institucionais. É possível incorporar, aos poucos, noções musicais dentro de casa, bem como apresentar à família projetos inclusivos – para acompanhar com o ouvido, ou, literalmente, embarcar na missão.
Então, veja a seguir alguns grupos que incentivam a inclusão social por meio da música:
Instituto Baccarelli
Uma instituição sem fins lucrativos que oferece educação musical e artística de excelência para crianças e jovens da comunidade de Heliópolis, em São Paulo. A Orquestra Sinfônica Heliópolis (OSH) já se apresentou em palcos prestigiados, como Sala São Paulo; Theatro Municipal de São Paulo; Theatro Municipal do Rio de Janeiro; Gasteig (Munique, Alemanha) e Muziekgebouw (Amsterdã, Holanda). É possível acompanhar todos os trabalhos do instituto no YouTube.
Projeto Guri
Um projeto que oferece cursos gratuitos de iniciação musical, luteria, canto coral, instrumentos de cordas, sopro, percussão, bem como teclas para crianças e adolescentes de seis a 18 anos em todo o Estado de São Paulo. Mais de 47 mil jovens já foram beneficiados. Veja a programação.
Grupo Cultural AfroReggae
Com 30 anos de existência, o AfroReggae utiliza a música, a dança, o teatro e outras manifestações artísticas como instrumentos de inclusão e transformação social para jovens de favelas do Rio de Janeiro. Você pode acompanhar as novidades do grupo pelo perfil no Instagram.
Orquestra Criança Cidadã
Projeto que atende 400 jovens entre seis e 21 anos em situação de vulnerabilidade social em Recife, Pernambuco, através do ensino da música clássica e da formação de orquestras sinfônicas. Os alunos matriculados recebem aulas de instrumentos de cordas, sopros, percussão, além de teoria e percepção musical, solfejo, flauta doce, bem como canto coral. O resultado pode ser conferido no YouYube.
Ação Social pela Música do Brasil (ASMB)
Fundada há 25 anos, essa organização não governamental leva música clássica para crianças e adolescentes que vivem em comunidades em situação de vulnerabilidade social e estimula a formação de orquestras jovens. O programa atua no Estado do Rio de Janeiro, além das cidades de João Pessoa (PB) e Ji-Paraná (RO). Confira alguns trabalhos no site oficial da ASMB.
Instituto Mano Down
O Instituto Mano Down é uma organização sem fins lucrativos que trabalha em prol da inclusão e apoio a pessoas com síndrome de down no Brasil. Assim, eles promovem diversas atividades, programas e projetos. Por exemplo: uma das frentes de atuação é o projeto Mano Convida, que reúne diversos artistas para espetáculos musicais com Dudu do Cavaco.
Playing For Change
O Playing For Change prova que é possível inspirar e conectar o mundo através da música. Esse projeto multimídia inovador já uniu mais de 1.400 músicos em 60 países para produzir centenas de vídeos e álbuns, alcançando aproximadamente 2 bilhões de pessoas. O grupo também tem uma fundação que oferece educação musical e artística para crianças e jovens em situação de vulnerabilidade em vários países. Confira alguns trabalhos no site oficial.
Musicians Without Borders
Organização não governamental que usa a música como ferramenta para construir pontes entre comunidades em conflito, promover a paz e os direitos humanos. A organização atua em países como Ruanda, Palestina, Kosovo, El Salvador, Uganda, entre outros, oferecendo treinamento musical, apoio psicossocial, educação cívica e ativismo social. Veja no YouTube o que eles já produziram.
Depois dessas sugestões, que tal entrar na dança?