O horário de verão sempre rendeu polêmica. Alguns sentem saudade. Outros querem passar bem longe da adaptação. Seja como for, a mudança no relógio foi adotada no Brasil como uma medida para economizar energia. Desde então, diversas pesquisas tentam avaliar os impactos no organismo.
Especialistas em cronobiologia, ciência que estuda os ritmos biológicos do corpo humano, defendem que a mudança no relógio afeta o chamado ritmo circadiano. É ele que define a nossa rotina diária, como a hora que acordamos ou quando o nosso corpo já se prepara para dormir. Qualquer mudança nesse sentido pode afetar o bem-estar e a qualidade de vida.
Adaptação ao horário de verão
O pesquisador da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), John Araújo, afirma que metade dos brasileiros passou por dificuldades para se adaptar ao novo horário em anos anteriores, quando a medida foi adotada.
“Nós, cientistas, estamos há tempos tentando mostrar que se trata de uma mudança mais maléfica do que benéfica. Por isso, consideramos que a não implementação do horário de verão é uma vitória das evidências”, afirmou em entrevista ao Estadão.
Um estudo de 2017 da UFRN avaliou os efeitos do horário de verão em mais de 1,2 mil pessoas. A pesquisa revelou que mais de 50% dos participantes relataram desconforto durante a vigência da medida.
A Associação Médica Americana e a Academia Americana de Medicina do sono reconhecem os impactos negativos em adiantar o relógio em uma hora, assim como os pesquisadores brasileiros. Para eles, os ritmos biológicos humanos estão ligados ao ciclo natural de luz e escuridão, regulando o sono, apetite e humor, assim como sistema imunológico e hormonal.
A introdução do horário de verão, segundo os cientistas, desregula essa sincronização, forçando o corpo a se adaptar a um “horário social” diferente. Quando o sono é afetado, isso gera impactos no corpo e pode causar sonolência e ampliar os riscos de acidentes. Também pode resultar em problemas de saúde graves, como transtornos mentais e doenças cardiovasculares.
Caso apresente dificuldades para dormir ou regular o seu relógio biológico, consulte um médico.
