
A fertilidade sempre esteve associada às mulheres. Mas problemas na saúde dos homens representam cerca de metade dos casos de infertilidade. A saúde dos espermatozoides ainda é pouco considerada em diagnósticos e tratamentos. O que se sabe é que hábitos saudáveis, como cuidados com alimentação e atividades físicas contribuem para reduzir os problemas.
“Estamos observando o esperma há tanto tempo quanto qualquer outra coisa ao microscópio e, ainda assim, sabemos muito pouco”, disse o obstetra Neel Shah à revista Fortune, em reportagem publicada pelo Estadão.
A análise do esperma considera volume, quantidade, forma e mobilidade dos espermatozoides. Esses parâmetros funcionam como indicadores da saúde geral masculina, podendo revelar problemas metabólicos antes mesmo de outros sintomas.
Segundo Shah, entre 18% e 27% dos homens não são testados durante avaliações de infertilidade. Cerca de um terço dos ciclos de fertilização in vitro (FIV) ocorrem sem uma análise adequada do sêmen.
O especialista defende que testar mais homens não só amplia o entendimento sobre a saúde masculina, mas também pode aliviar o peso emocional e financeiro que geralmente recai sobre as mulheres.
Alto custo
Uma pesquisa feita pela clínica digital Maven com mais de mil mulheres nos EUA mostrou que 75% enfrentam dificuldades financeiras com tratamentos de fertilidade. Mais da metade usa suas economias e 65% sentiu que a responsabilidade recai apenas sobre elas.
Hábitos saudáveis
Para Shah, há medidas práticas que os homens podem adotar para melhorar a saúde dos espermatozoides, que se regeneram a cada 30 a 60 dias.
Alimentação equilibrada, com foco em vegetais, frutas, leguminosas e carnes magras, é essencial. Atividades físicas regulares, de pelo menos 150 minutos por semana, também ajudam. Reduzir ou eliminar o fumo é outro passo importante.
Exames
Embora muitos homens resistam a realizar exames em clínicas, Shah aponta que os testes domiciliares são mais acessíveis e ajudam a envolver os homens no processo. Com pequenas mudanças no estilo de vida, é possível melhorar significativamente a qualidade do sêmen”, afirmou.