Pode parecer inofensivo ou engraçado quando seu filho morde um colega na escola ou até mesmo familiares em casa. Entretanto, esse ato deve ser acompanhado de perto pelos pais e educadores. A famosa “fase da mordida”, que acontece por volta dos 2 ou 3 anos, pode ser um sinal de expressão de um sentimento negativo.
“É nesse momento que a criança vai levar tudo à boca para se comunicar com o mundo. Vai sorrir, chorar e começar a se expressar verbalmente. Ela, então, começa a morder, e essa mordida pode, muitas vezes, estar relacionada à raiva, ou para demonstrar que está insatisfeita com algo”, explica a psicóloga Carla Minervino, especialista em infância e adolescência.
“É importante que haja mediação dos adultos para diminuir a frequência dessas mordidas, mostrar que a criança deve aprender a expressar suas emoções de outra forma. Os pais em casa, e os educadores na escola, devem tentar conversar com a criança sobre como expressar os sentimentos negativos”, afirma a professora da Universidade Federal da Paraíba (UFPB).
Adultos na fase da mordida
A mordida na infância pode ser a reprodução do comportamento de outra criança ou até de um adulto. Brincar com os filhos de morder, como uma forma de carinho, por exemplo, é uma má sinalização. “‘Você é tão fofinho que dá vontade de morder’. Com isso, o adulto, na brincadeira, acaba ensinando a mordida como uma forma de demonstrar sentimentos, inclusive o carinho”, diz Carla.
Também é importante que os pais ou educadores não riam quando a criança morde outra pessoa. Além do constrangimento que isso pode causar, a risada acaba servindo de estímulo. A melhor forma de agir é mostrar para o filho que esse comportamento é inadequado.