Na educação ativa, o aluno é protagonista do processo

Entenda os fundamentos e benefícios desse método de ensino

Redação FamiliarIdades
Educação ativa contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a empatia, a colaboração e a criatividade. Foto: Getty Images.
Educação ativa contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a empatia, a colaboração e a criatividade. Foto: Getty Images.

A educação ativa é uma abordagem pedagógica que coloca o aluno como protagonista no processo de aprendizagem. Afinal, incentiva a participação direta, o pensamento crítico, assim como a resolução de problemas. 

No lugar de transmitir o conhecimento de forma unilateral, o professor atua como facilitador. Assim, estimula os estudantes a explorarem, questionarem e construírem saberes por meio de atividades práticas e interativas.

Em vídeo no YouTube, o professor Davi Teodoro explica que a educação ativa surgiu da teoria do psiquiatra norte-americano William Glasser. Ele elaborou uma pirâmide de aprendizagem indicando a porcentagem de absorção de um conhecimento em diferentes recursos de aprendizagem.

Educação ativa x passiva

De acordo com o trabalho de Glasser, quando o indivíduo lê, ele retém 10% do conteúdo. Mas, quando escreve, retém 20%. No entanto, ao observar, o aluno absorve 30%. Por sua vez, ao ver e ouvir, o aprendizado é de 50%. Todas essas formas de aprendizagem são passivas.

Já nas formas ativas, a pirâmide indica que discutir sobre o tema colabora para uma absorção de 70%. Praticar 80% e, ao ensinar, 95% do conhecimento é retido. Ou seja: é uma estratégia mais eficiente de ensino e absorção de conhecimento. 

Sala de aula invertida

Além disso, na educação ativa, há uma inversão de ações entre os professores e os estudantes. “Normalmente o aluno chega na sala de aula, o professor explica o conteúdo, e depois o aluno faz a atividade em casa, faz suas pesquisas. Não é assim que a gente trabalha atualmente”, diz Teodoro. 

“Na sala de aula invertida, primeiro, o aluno vai estudar o conteúdo em casa. Ele vai estudar no livro, em vídeos, na internet, num ambiente virtual, e depois ir para a sala de aula para o professor explicar e dar uma aula sobre aquele assunto.” 

Princípios da educação ativa:

  1. Centralidade do aluno. A educação ativa propõe que os alunos sejam os responsáveis por seu próprio aprendizado. Isso significa que, em vez de simplesmente absorverem as informações, eles são convidados a interagir com o conteúdo teórico. Dessa maneira, o conteúdo é relacionado com as experiências e contextos pessoais.
  1. Aprendizagem experiencial. Inspirada nas ideias do filósfodo e pedagogo John Dewey, essa abordagem defende que o conhecimento se torna mais significativo quando está ligado a experiências reais. Dewey argumenta que a aprendizagem deve ser um processo dinâmico, em que os estudantes aprendem ao fazer, refletir, bem como aplicar conceitos em situações práticas.
  1. Diálogo e colaboração. Influenciado pelo pensamento de Paulo Freire, a educação ativa enfatiza o diálogo entre professores e alunos. Dessa maneira, rompe com a relação hierárquica tradicional. Freire defende uma educação dialógica, na qual o conhecimento é construído coletivamente, o que permite que os alunos desenvolvam uma consciência crítica sobre a realidade.
  1. Engajamento e motivação. Ao participar ativamente de seu processo de aprendizagem, o aluno tende a se sentir mais motivado e engajado. Estratégias como debates, trabalhos em grupo, estudos de caso e projetos interdisciplinares não só facilitam a compreensão dos conteúdos, mas também promovem habilidades sociais e colaborativas.

Benefícios da educação ativa:

  • Melhoria na retenção de conhecimento. Estudos apontam que a aprendizagem ativa pode levar a uma melhor compreensão e retenção dos conteúdos, uma vez que os alunos aplicam o que aprendem em contextos práticos.
  • Desenvolvimento de habilidades críticas. Ao serem incentivados a questionar e refletir sobre o que aprendem, os estudantes desenvolvem competências essenciais para a resolução de problemas e tomada de decisões, preparando-os para os desafios do mundo contemporâneo.
  • Formação integral. Além do conteúdo acadêmico, a educação ativa contribui para o desenvolvimento de habilidades socioemocionais, como a empatia, a colaboração e a criatividade, essenciais para a formação de cidadãos críticos e participativos.

Dessa maneira, a educação ativa rompe com o modelo tradicional de ensino e promove uma aprendizagem mais dinâmica, colaborativa e significativa. Ao integrar a teoria com a prática, e ao estimular o engajamento e o pensamento crítico, essa abordagem prepara os estudantes para atuarem de forma mais autônoma e consciente em uma sociedade em constante transformação.

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