Curiosidade pode ser aliada do cérebro no envelhecimento

Estudo mostra como atividades podem levar a uma vida mais saudável

Redação FamiliarIdades
Alimentar a curiosidade pode ser simples: resolver palavras cruzadas e até ouvir um podcast. Foto: Getty Images.
Alimentar a curiosidade pode ser simples: resolver palavras cruzadas e até ouvir um podcast. Foto: Getty Images.

Manter a curiosidade ao longo dos anos pode ser um dos segredos para envelhecer bem. É o que indica um estudo da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, que analisou mais de 2 mil pessoas entre 20 e 84 anos. Ser curioso, mesmo sobre assuntos triviais, estimula o cérebro.

Os pesquisadores observaram dois tipos principais de curiosidade. Em pessoas mais jovens, predomina a curiosidade como traço de personalidade: aquele desejo constante de explorar e aprender. Já na meia-idade e na velhice, esse tipo diminui. Enquanto isso, cresce a curiosidade momentânea: o interesse por respostas pontuais, mesmo sobre temas fora do radar habitual.

Ativando a curiosidade

O psicólogo Alan Castel, que liderou o estudo, disse que grande parte das pesquisas anteriores sugeria que a curiosidade diminuía com a idade”. Então, os pesquisadores resolveram explorar se as pessoas poderiam estimular ou preservar certos tipos de curiosidade com o passar do tempo.

Embora o estudo não tenha medido diretamente os efeitos no cérebro, a equipe reforça que há fortes associações entre curiosidade e saúde cognitiva. Pesquisas anteriores já mostraram, por exemplo, que idosos mais curiosos vivem mais. Além disso, têm melhor desempenho em testes de memória e atenção.

Para o neurologista Cesar Castello Branco, do Hospital das Clínicas da USP, a busca por conhecimento nessa fase da vida está ligada ao prazer. 

“O aprendizado não é mais motivado por obrigações escolares ou profissionais. Ele passa a ser impulsionado pelo prazer, pelo desejo, assim como pelo significado que o conhecimento tem para a pessoa”, disse em entrevista ao Estadão.

A boa notícia é que alimentar a curiosidade pode ser simples. Por exemplo: resolver palavras cruzadas, ouvir um podcast, bem como buscar respostas para perguntas do dia a dia. Atividades como essas estimulam áreas do cérebro ligadas à memória e à motivação. Da mesma maneira, mostram que nunca é tarde para aprender algo novo nem para manter o cérebro ativo.

Link copiado