Você já ouviu falar da proteína klotho? Ela é produzida pelos rins e sistema nervoso central, contribuindo diretamente com a saúde do cérebro. Mas, ao longo dos anos, os níveis tendem a cair no organismo, afetando o funcionamento de células como os neurônios.
“Seus níveis se relacionam diretamente com o envelhecimento. Assim, ao longo dos anos, temos menos klotho no sangue e no cérebro. Isso está associado ao déficit cognitivo”, explicou ao Jornal da USP Ana Orellana, primeira autora de um artigo sobre o assunto publicado na Scientific Reports.
Estressando as células
Os pesquisadores queriam saber se a proteína klotho era capaz de alterar o metabolismo do sistema nervoso, agindo de forma protetora. Então, expuseram as células a diferentes graus de estresse oxidativo.
A proteína foi capaz de preservar os astrócitos (células nervosas que, entre outras coisas, protegem os neurônios) da morte contra estímulos de baixa e média intensidade.
Segundo os pesquisadores, isso ocorreu porque a klotho, ao favorecer a produção de energia e a imunidade das células, também estimulou a ação antioxidante contra o estresse e a destruição celular.
Esses resultados podem contribuir para contornar os efeitos do envelhecimento no sistema nervoso ligados a doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e o Parkinson. Futuramente, cientistas poderiam criar meios de levar a proteína ao sistema nervoso central com nanopartículas, por exemplo.
Contudo, Ana afirma que é possível melhorar os níveis da klotho no organismo com exercício físico regular e com alguns alimentos que contenham o resveratrol, presente nas uvas roxas. Portanto, na hora do mercado, atenção ao escolher os itens do hortifruti. Também reconsidere passar muito tempo no sofá.