A globalização aproxima pessoas de todo o planeta, seja por meio de transações comerciais, seja pela ampliação da comunicação. Assim, a cidadania nunca foi tão necessária, especialmente entre as crianças. Pois ela capacita a exercer direitos, expressar opiniões e contribuir para a construção de sociedades mais justas, inclusivas e resilientes. Além disso, promove a coesão social, fortalecendo o senso de responsabilidade coletiva e o compromisso com o bem comum.
Por isso, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) elaborou uma cartilha sobre “educação para a cidadania global”. O objetivo é inspirar ações, parcerias, diálogos e cooperação por meio da educação formal e não formal, por meio de uma abordagem multifacetada que usa conceitos, metodologias e teorias de diversas áreas para promover curiosidade, solidariedade e responsabilidade compartilhada que guiará os passos da próxima geração.
“A educação para a cidadania global desenvolve o conhecimento, as habilidades, os valores e as atitudes de que os alunos precisam para construir um mundo mais justo, pacífico, tolerante, inclusivo, seguro e sustentável”
UNESCO
Como ensinar o conceito de cidadania?
O processo educativo da cidadania envolve a introdução de conceitos como direitos, deveres, respeito e tolerância aos seres humanos desde os primeiros anos de vida. Isso vale para a parte didática, prática e interativa.
“O ponto de partida da educação para a cidadania global é reconhecer a relevância da educação na compreensão e resolução de questões globais em suas dimensões sociais, políticas, culturais, econômicas e ambientais. Implica também reconhecer o papel da educação em ir além do desenvolvimento do conhecimento e das chamadas habilidades cognitivas – por exemplo, leitura e matemática – para construir valores, habilidades e atitudes sociais e emocionais entre os alunos que possam facilitar a cooperação internacional e promover a transformação social”, diz a cartilha da Unesco.
Como educar o seu filho para a cidadania?
- Oriente desde cedo. “O bom caráter – definido como integridade, retidão, virtude ou excelência moral – afeta todos os aspectos da vida de um cidadão. Um indivíduo com integridade fará o que é necessário e certo, não importa o custo”, afirma artigo da fundação educacional Noah Webster, nos EUA. Por exemplo: ajudar um vizinho em apuros, um idoso a atravessar a rua, ceder lugar a uma gestante, envolver-se com questões da comunidade, entre muitos.
- Encoraje seu filho. Fique ao lado nos momentos difíceis para orientá-los e discipliná-los. Ensine-os a reconhecer seus erros com posturas amigáveis e positivas, e elogie quando eles fizerem o que é correto. Dessa maneira, você solidifica o bom comportamento, além de incutir as noções de certo e errado.
- Educação em casa. A educação formal necessita da parceria para consolidar o entendimento de cidadania. Portanto, não espere que a escola desempenhe sozinha esse papel. Mantenha o ambiente familiar rico em informações sobre a história de seu país, sua cidade, sua comunidade e dos eventos atuais. Leia jornais, a Constituição, visite museus e livrarias, participe de eventos cívicos e da comunidade com os seus filhos.
- Envolva e deixe que se envolvam. Incentive os filhos a se envolverem com questões que dizem respeito a todos. Muito antes de atingirem a idade legal para votar, os jovens têm muitas oportunidades de participar de suas comunidades.
- Lidere pelo exemplo. Seja um cidadão ativo e envolvido com as questões da comunidade e do mundo. Dessa forma, seus filhos aprenderão melhor o conceito de cidadania ao vivenciarem nessa atmosfera e participarem do ambiente ao redor.
Ao ensinar cidadania, estamos equipando as crianças e jovens com as ferramentas necessárias para construir um mundo mais justo e inclusivo. Além disso, eles estarão preparados para serem adultos responsáveis e conscientes de seus papéis na sociedade.