Uma vida agitada, marcada por estresse e tensões, pode contribuir para o aumento de casos de bruxismo. Essa doença afeta 30% da população mundial, segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS).
O bruxismo pode ser identificado pelo ranger dos dentes e movimentos involuntários de pressão na mandíbula. Os casos são associados ao estresse, à ansiedade, bem como a distúrbios do sono, sendo mais comuns entre adultos jovens.
A sobrecarga nos músculos da mandíbula causa dores faciais, dificuldade para mastigar e até mesmo zumbidos nos ouvidos. Da mesma forma, o desgaste constante dos dentes pode provocar sensibilidade dentária, assim como problemas de disfunções temporomandibulares.
Bruxismo: doença multifatorial
“A causa específica não é conhecida. As pesquisas não definiram isso. Acreditamos que seja uma doença multifatorial. Diversos fatores estão envolvidos e um deles, é o estresse”, afirma Gustavo Grothe Machado, chefe do serviço de cirurgia bucomaxilofacial do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, em entrevista à Rádio USP. “Nas fases de sobrecarga de trabalho, preocupações e ansiedade, você pode desenvolver o bruxismo ou piorar a intensidade.”
A doença pode se manifestar durante o dia, na chamada vigília. Ou à noite. Os primeiros sintomas geralmente são os ruídos causados pelo ranger dos dentes. Isso, em alguns casos, evolui para desgaste e fraturas.
Segundo Machado, é preciso identificar o fator preponderante. “É o estresse? A atividade física pode ajudar e, em alguns casos, a psicoterapia. Mas evitar o consumo de cafeína, álcool e tabaco também ajuda a controlar a doença”, diz.
Contudo, somente profissionais da saúde podem receitar placas para evitar o desgaste dos dentes ou medicamentos, após avaliação do caso. De qualquer forma, a conscientização sobre os fatores de risco é fundamental para a prevenção e o tratamento precoce, assim como consultas frequentes ao cirurgião dentista.