
A moda está passando por uma transformação necessária e urgente. Afinal, em um cenário em que a sustentabilidade se torna cada vez mais essencial, o aluguel de roupas surge como uma alternativa promissora ao consumo tradicional.
Por que alugar roupas é uma prática sustentável?
Em primeiro lugar, é importante entender o impacto do consumo desenfreado de roupas. A indústria da moda é uma das mais poluentes do mundo, responsável por altos índices de emissão de carbono, uso de água, assim como descarte de resíduos têxteis.
Então, alugar peças pode reduzir significativamente a necessidade de produção em massa, prolongando a vida útil das roupas.
Nichos de mercado de aluguel de roupas
- Moda festa e ocasiões especiais. Este é, sem dúvida, o nicho mais consolidado no mercado de aluguel. Roupas para casamentos, formaturas, eventos de gala ou sessões fotográficas são usadas, na maioria das vezes, apenas uma vez. Assim, alugar permite acesso a peças de alta qualidade e design sofisticado sem o custo e o desperdício da compra.
- Moda corporativa e executiva. Para profissionais que precisam manter uma aparência formal e variada no dia a dia, o aluguel de roupas pode ser uma solução prática e econômica. Afinal, além de atualizar o guarda-roupa com frequência, o serviço evita o acúmulo de peças, assim como reduz o consumo.
- Moda infantil. Crianças crescem rápido. Então, roupas perdem o uso em questão de meses. Mas o aluguel infantil — especialmente para festas, batizados ou eventos — evita compras frequentes e desperdício. Além disso, pode ser uma solução prática para pais preocupados com o orçamento e o meio ambiente.
- Roupas para gestantes. Outro nicho com enorme potencial. Roupas de gestante servem por um período curto e depois se tornam obsoletas. Assim, alugar roupas confortáveis e estilosas durante a gravidez é uma alternativa sustentável e econômica.
- Fashionistas e criadores de conteúdo Para influenciadores e criadores de moda, que precisam estar sempre com looks diferentes, o aluguel evita compras impulsivas e promove a circularidade. Muitos serviços, inclusive, oferecem curadoria personalizada para manter o estilo do cliente sempre em alta.
- Roupas para atividades ao livre. Os artigos para rapel são um bom exemplo: calças resistentes, jaquetas impermeáveis, luvas, capacete, mosquetões, cordas semi-estáticas, descensores e lanterna de cabeça, entre outros.
Estudo avalia modelos de negócios
Um estudo da Universidade de Tecnologia Chalmers, na Suécia, analisou modelos de negócios nessa área e identificou que o aluguel dentro de nichos específicos, como roupas esportivas, têm maior chance de sucesso.
Três modelos foram destacados: associações, assinaturas e aluguel individual.
- Associações. Nesse caso, clientes membros emprestam roupas uns para os outros. É como um grande círculo de amigos.
- Assinaturas. Clientes pagam uma mensalidade para utilizar uma quantia pré-fixada de roupas
- Individual. Roupas alugadas conjuntamente com equipamentos. Por exemplo: roupas esportivas para esqui.
Desafios
Donos e gerentes de nove empresas suecas no ramo foram entrevistados no estudo. “O que nos impressionou foi que parecia muito difícil para eles tornar seus negócios lucrativos. Vários tiveram que encerrar seus investimentos por vários motivos”, diz a pesquisadora Frida Lind.
Segundo ela, “alugar roupas envolve muitas etapas, em que cada peça de roupa precisa ser manuseada e inspecionada antes de poder ser alugada novamente. O que leva tempo. As empresas também lutaram com altos custos de armazenamento, logística e lavanderia, por exemplo”.
As empresas bem-sucedidas foram aquelas que se concentraram em um mercado específico, como roupas para atividades ao ar livre. Principalmente quando estavam alocadas em locais de áreas de lazer abertas.