Hã, né, sabe…? Reduza os vícios de linguagem no trabalho

Ouvir gravações pode melhorar a forma como você se comunica

Redação FamiliarIdades
Recorrer a vícios de linguagem ajuda a "ganhar tempo" para pensar no que dizer a seguir, mas pode mostrar insegurança. Foto: Getty Images.
Recorrer a vícios de linguagem ajuda a “ganhar tempo” para pensar no que dizer a seguir, mas pode mostrar insegurança. Foto: Getty Images.

Se você já terminou uma frase com um “né?”, um “sabe?” ou mesmo soltou um “hã” entre uma ideia e outra, saiba: você não está sozinho. Esses são os vícios de linguagem mais comuns que temos no dia a dia. Se você usar vez ou outra, passará despercebido. Agora, se o uso for frequente, é hora de mudar a sua comunicação. 

O professor Reinaldo Polito, mestre em Ciências da Comunicação e professor de oratória dos cursos de pós-graduação da Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA-USP) dá dicas sobre o tema.

Repetições como “né”, “tá”, “ok”, “certo” e “tá entendendo?” surgem, na maioria das vezes, de forma automática e inconsciente. No entanto, podem interferir na clareza e na credibilidade de quem fala, especialmente em situações que exigem mais formalidade, como reuniões, aulas, vídeos ou apresentações em público.

Vícios de linguagem podem mostrar insegurança

Segundo Polito, esse tipo de expressão costuma surgir em meio à insegurança. Em vez de afirmar uma ideia com convicção, o locutor termina a frase com uma pergunta, um gesto que sinaliza dúvida, mesmo quando a intenção era a contrária”, disse o professor, em vídeo sobre o tema publicado pelo Estadão. 

“A pessoa quando está insegura, em vez de afirmar, ela pergunta. Fingimos que estamos fazendo uma pergunta para ganhar tempo e pensar no que vamos falar em seguida. Podemos corrigir isso tendo consciência. Grave a conversa que você tem pelo celular. Se você tiver consciência e usar a afirmação no lugar da pergunta, vai conseguir eliminar esse vício”, disse o professor.

Além disso, recorrer a vícios de linguagem ajuda a “ganhar tempo” para pensar no que dizer a seguir, em um esforço inconsciente para manter a fluidez da fala.

Outro exemplo bastante comum é o uso do “hã”. Isso acontece porque o cérebro processa ideias em velocidade maior do que a fala, criando pequenos vazios que muitas pessoas tentam preencher com interjeições. 

O silêncio, quando bem utilizado, também comunica: pode trazer ritmo, ênfase e até valorizar a informação que será dita em seguida.

Isso significa que esses vícios devem ser banidos da fala? Não necessariamente. Usados com moderação  até três ou quatro vezes por apresentação, eles podem até transmitir naturalidade e aproximar o público. 

Fique sempre atento ao que você fala em excesso. Afinal, é isso que pode prejudicar sua comunicação corporativa. 

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