A famosa mesada pode ser uma boa maneira de ensinar os jovens sobre educação financeira. Mas quando começar a conceder esse “salário” aos filhos? Segundo o economista José Augusto Gaspar Ruas, professor das Faculdades de Campinas (Facamp), apenas após orientações sobre compra e uso de produtos e serviços.
“Os pais precisam ter clareza de que o filho ou filha já tem a capacidade de diferenciar consumo necessário de consumo supérfluo”, afirma. “Ainda que os pais possam usar a ausência do dinheiro como educação, ‘acabou a mesada porque você gastou’, é mais saudável, primeiro, fazer o filho entender o que ele deve gastar, o que não deve gastar, e o que ele pode gastar, mas é supérfluo.”
Maturidade para receber mesada
Ele sugere que os pais introduzam a mesada na rotina dos filhos durante a adolescência. Assim, eles terão mais maturidade para lidar com o dinheiro.
Uma boa ideia é incentivar a definição de metas a serem alcançadas com a poupança da mesada, como a compra de um videogame, viagem ou projetos de longo prazo.
“Outro ponto é premiar por desempenho, que é uma característica típica do mundo em que vivemos”, explica Ruas. “A mesada não precisa estar associada ao mérito o tempo todo, mas é possível criar um bônus que se assemelha com a lógica corporativa.”
Nesse caso, orienta o professor, os pais devem ficar atentos a pressões demasiadas, porque isso pode gerar ansiedade nos filhos.