Uma casa cheirosa sempre esteve associada ao conforto e ao bem-estar. Mas agora isso ganha um novo significado depois que pesquisadores da Universidade da Califórnia em Irvine, nos EUA, mostraram que fragrâncias podem melhorar consideravelmente a memória ao estimular o olfato.
Idosos de 65 a 80 anos foram submetidos, pouco antes de dormir, a “sessões” de duas horas inspirando fragrâncias de óleos naturais fornecidos pela equipe de cientistas. Os resultados, publicados no periódico Frontiers in Neuroscience, mostram aumento de 226% na capacidade cognitiva. Os participantes também relataram que a qualidade do sono melhorou.
A relação entre a perda da capacidade olfativa e o desenvolvimento de doenças neurológicas e psiquiátricas é conhecida por cientistas há muito tempo. Com a pandemia, pesquisadores passaram a se debruçar ainda mais sobre o tema, em função das alterações no olfato decorrentes da covid.
“O olfato tem o privilégio de ser um sentido diretamente conectado aos circuitos de memória do cérebro”, diz Michael Yassa, pesquisador que colaborou com a pesquisa. “Todos sabem como os aromas são poderosos ao evocar lembranças, mesmo as muito antigas”. Contudo, ressalta ele, não há nenhuma intervenção prática contra a perda desse sentido, como ocorre com a visão (óculos, por exemplo) ou audição (aparelho auditivo).