As pessoas que desejam se tornar doadoras de órgãos podem agora preencher digitalmente a Autorização Eletrônica de Doação de Órgãos (Aedo). O Conselho Nacional de Justiça (CNJ), em parceria com o Colégio Notarial do Brasil (CNB), criou o sistema para ampliar o cadastro de doação de órgãos no País.
Atualmente, 42 mil brasileiros aguardam na fila de transplantes. Destes, 500 são crianças.
Como se tornar um doador?
Em primeiro lugar, o formulário deve ser preenchido no site da Aedo. Então, o documento será encaminhado para o cartório selecionado na sua cidade, que vai agendar uma sessão de videoconferência para confirmar a identidade e a manifestação da vontade.
Depois disso, o documento ficará disponível na Central de Doação de órgãos. Mesmo com o documento, pela legislação atual, a autorização para a doação em caso de morte encefálica só pode ser concedida pela família do paciente. Assim, o cadastro é uma forma de reforçar o desejo da pessoa em vida.
Formalização da vontade
O chefe de transplante renal do Hospital Santa Catarina – Paulista, Alexandre Sallum, considerou a medida importante para ampliar as doações: “Geralmente, o momento de consentimento da família é marcado pela complexidade emocional da perda e pelo desejo simultâneo de ajudar a melhorar a vida de outras pessoas”.
“Essa dualidade muitas vezes resulta em decisões não discutidas, levando à perda de oportunidades de doação. Com a introdução de um documento formal, esperamos um aumento significativo nas doações de órgãos”, afirmou em entrevista ao Estadão.
O doador pode escolher quais órgãos serão doados. É possível optar por doar medula, intestino, rim, pulmão, fígado, córnea, coração ou todos os órgãos. Todo o cadastro é 100% digital e pode ser feito em qualquer dispositivo com acesso a internet.