
As novas tecnologias desafiam modelos de negócio e impõem uma transformação radical na forma como as empresas operam, se organizam e se posicionam no mercado. Processos mais ágeis e flexíveis pedem o abandono de hierarquias rígidas que costumavam ditar as regras das grandes corporações. Hoje, as organizações devem ter o foco na inovação, flexibilidade e colaboração.
O modelo tradicional das grandes corporações
As grandes corporações que dominaram a economia mundial no século 20 representavam o modelo de negócios caracterizado por uma estrutura hierárquica e centralizada. Como exemplo, a General Electric, Ford e IBM possuíam uma cadeia de comando bem definida e uma clara separação entre as funções de gestão, produção, vendas e pesquisa.
Tal estrutura decorria da necessidade de acompanhar o contexto econômico da época: recursos escassos, comunicação mais lenta e a inovação mais gradual.
O foco na padronização e na eficiência supria as demandas de produção em larga escala. Porém, essa estrutura era lenta para reagir às mudanças no mercado. Apesar disso, elas eram grandes o suficiente para absorver os impactos das mudanças e manter a posição dominante das corporações.
No entanto, com o advento da globalização e, especialmente, das tecnologias digitais, esse modelo começou a ser desafiado.
A internet e as novas ferramentas de comunicação mudaram a dinâmica dos negócios, permitindo que empresas menores se conectassem globalmente de maneira mais eficaz. Também abriu as portas para novas empresas, mais enxutas, ágeis e com modelos de negócio mais flexíveis.
A transição para modelos de negócio ágeis
O conceito de ‘empresas ágeis’ surgiu como uma resposta à necessidade de inovação rápida e adaptação constante ao mercado. Afinal, o método ágil enfatiza a flexibilidade, a colaboração constante e a capacidade de adaptação a mudanças rápidas.
Esse novo modelo de negócios é caracterizado por uma estrutura mais fluida, com equipes multidisciplinares que operam de forma autônoma e descentralizada.
“A maioria das organizações tem o conceito de uma equipe multifuncional que possui um resultado de negócios”, explicou Santiago Comella-Dorda, em vídeo da série ‘The Rise of Agile: How Business Are Adapting’ da consultoria McKinsey & Company.
As decisões são tomadas de forma colaborativa, com menos camadas hierárquicas e maior foco na inovação contínua. Por exemplo: Spotify, Netflix, Amazon e Airbnb são empresas que utilizam esse novo modelo.
As empresas ágeis são capazes de inovar de forma constante, se adaptar rapidamente às mudanças nas preferências dos consumidores e responder rapidamente às disrupções do mercado. Além disso, elas conseguem promover um ambiente de trabalho mais colaborativo e motivador, o que é um atrativo para os novos profissionais, cada vez mais exigentes quanto às condições de trabalho.
Essas empresas tendem a “capacitar seus funcionários, tornando suas funções mais amplas, normais, estreitas e portanto, tornando suas carreiras mais significativas”, complementou Comella-Dorda.