Inovação: por que algumas ideias ‘morrem’ no caminho?

Pessoas tendem a resistir a sugestões que recebem muitas avaliações

Redação FamiliarIdades
Pessoas tendem a resistir a uma inovação com muitas avaliações controversas. Foto: Getty Images.
Pessoas tendem a resistir a uma inovação com muitas avaliações controversas. Foto: Getty Images.

Inovação significa criar algo novo. Da invenção da roda ao aparecimento da internet, diferentes tecnologias abriram uma infinidade de possibilidades ao ser humano. Mas, embora elas aumentem de forma exponencial ao longo da história, precisam enfrentar enormes barreiras. Assim, algumas ideias acabam morrendo no caminho. 

Segundo um estudo das universidades de Utah e Cornell, nos Estados Unidos, uma das principais razões para a não implementação de algo criativo é a resistência das pessoas. E isso ocorre porque geralmente uma nova ideia desencadeia uma série de opiniões. Então, em vez de avaliar os requisitos de funcionalidade ou capacidade de disrupção, o “público” foca na quantidade de avaliações a respeito. 

Críticas mistas à inovação

“O problema é que as pessoas veem críticas mistas e interpretam isso como um sinal ruim. Depois, elas diminuem o apoio ou o interesse”, explicou o pesquisador Wayne Johnson, responsável pelo trabalho, ao site da Universidade de Utah. Só que, quanto mais inovadora for uma ideia, mais reações ela causará. No fim das contas, isso levará ao desperdício de uma oportunidade. 

“As pesquisas sobre criatividade se concentram esmagadoramente em como você gera uma ideia. Mas, ao meu ver, a falta de ideias não é muitas vezes o problema a se resolver”, disse Johnson. “Há infinitas ideias por aí. A dificuldade é fazer com que as pessoas apoiem e aprovem essas ideias.”

Para o pesquisador, o julgamento de ideias inovadoras varia porque os avaliadores têm poucos pontos comuns de referência. Então, tendem a aceitar mais soluções que atendem às preferências e ao conhecimento anterior. Segundo ele, isso, nas empresas, ocorre mais em cargos intermediários, de gerência, por exemplo. 

Importância

Mas empresas e países que querem continuar a existir e gerar valor no mercado precisam investir tempo e recursos na exploração de tendências e inovações. Isso é cada vez mais importante em um cenário marcado por impasses nos modelos de produção e consumo, tendo em vista um mundo mais sustentável. 

Como ampliar uma mentalidade inovadora?

De acordo com a consultoria Mckinsey & Company, é preciso incorporar na cultura empresarial oito elementos:

1. Aspirar

Colocar a inovação no centro das discussões estratégias e financeiras, sinalizando a sua importância para o crescimento e a saúde da empresa. Dessa maneira, é possível cultivar uma mentalidade inovadora coletiva. Para isso, a comunicação sobre aspirações e metas deve ser clara, reduzindo o medo de fracasso ou críticas.

2. Escolher

A inovação é inerentemente arriscada. Assim, obter o máximo de retorno de um leque de iniciativas de inovação depende mais do gerenciamento do que da eliminação de eventuais ameaças. Para facilitar, os executivos devem delimitar os espaços de oportunidade que desejam explorar. O processo de identificação pode variar de visões intuitivas até análises estratégicas cuidadosamente examinadas.  

3. Descobrir

Nem sempre as empresas podem contar com um gênio. Por isso, a empresa deve buscar insights pela análise metódica e sistemática de três aspectos: um problema valioso a ser resolvido, uma tecnologia que permite solucionar algo e um modelo de negócios que gera dinheiro. Esse processo deve se estender além das fronteiras da empresa, por meio de parcerias e uso frequente de protótipos. 

4. Evoluir

Empresas estabelecidas devem se reinventar para não perder para os iniciantes que nascem mergulhados em tecnologia. Intensificar o trabalho de inteligência de mercado para identificar qualquer sinal de mudança. Além disso, financiar negócios que não se enquadram na estrutura atual e reavaliar a posição na cadeia de valor, patrocinando projetos-piloto e testando novas proposições de valor. 

5. Acelerar

Certas ideias morrem pela ação do que a consultoria chama de “anticorpos virulentos”. Por exemplo: processos de governança que valorizam burocracias sufocantes. Para evitar o problema, as empresas precisam de gerentes que digam sim, e as equipes devem ser interfuncionais. Consequentemente, os processos inovadores serão incorporados com mais velocidade e frequência. 

6. Escalar

Considerar explicitamente a magnitude e o alcance de uma ideia garante recursos e riscos apropriados. Recursos e capacidades devem ser mobilizados para garantir que um novo produto ou serviço possa ser entregue rapidamente no volume e na qualidade desejados. Instalações de fabricação, fornecedores, distribuidores e outros devem estar preparados para executar um lançamento rápido e completo.

7. Estender

talentos dentro e fora da empresa. A colaboração inteligente com parceiros externos, no entanto, vai além de apenas obter novas ideias e insights; pode envolver o compartilhamento de custos e a busca por rotas mais rápidas para o mercado. Dessa maneira, a empresa deve alimentar constantemente um ecossistema inteligente e flexível de inovação. 

8. Mobilizar

É preciso adotar uma cultura de inovação, estimulando e recompensando comportamentos criativos. Para isso, a empresa deve ajudar as pessoas a compartilharem ideias e conhecimento livremente, revisando a estrutura de equipes e garantindo que as lições aprendidas sejam assimiladas. Além disso, deve reconhecer esforços mesmo quando a implementação não for bem-sucedida. 

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