Iluminação natural promove bem-estar e reduz gastos

Site mostra parâmetros para considerar a luz no projeto arquitetônico

Redação FamiliarIdades
Iluminação natural tem um grande impacto no nosso bem-estar. Foto: Getty Images.
Iluminação natural tem um grande impacto no nosso bem-estar. Foto: Getty Images.

A luz tem um papel fundamental nas nossas vidas e impacta diretamente na saúde. Por muitas décadas, engenheiros e arquitetos projetaram casas considerando os pontos de energia elétrica. Mas esse cenário está mudando rapidamente nos últimos anos com a valorização dos espaços para a entrada de iluminação natural. Isso não é só bom para o bolso, como também para o bem-estar. 

Por exemplo: a exposição do corpo à luz natural resulta em tempo menor de recuperação dos pacientes nos hospitais. Além disso, aumenta a produtividade dos colaboradores em ambientes empresariais. Da mesma forma, melhora a concentração de estudantes nas escolas. Com mais luz natural nos espaços, a conta de energia ainda diminui, já que não é preciso recorrer às lâmpadas

Antes do surgimento da luz elétrica, as casas eram concebidas para receber o máximo de iluminação natural. ”É por isso que existem tantas referências na Europa, já que, ao longo de séculos, a arquitetura pretendeu capturar o máximo de luz, possibilitando o pleno funcionamento da vida nesses espaços”, explica a arquiteta Jessica Matos, em entrevista ao Jornal da Unicamp

Iluminação natural na concepção de projetos

Tendo isso em vista, Jéssica criou uma ferramenta com novos parâmetros para que a luz natural seja considerada durante a concepção de projetos arquitetônicos. O recurso foi elaborado para a sua tese de doutorado na Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (Fecfau) da Unicamp.

A preocupação, segundo a pesquisadora, é devolver a luz natural para as construções. “A luz elétrica possibilitou que a vida se estendesse, permitindo a realização de diversas atividades no período noturno. Nos pontos em que não chegava luz, usavam lâmpadas elétricas. E começaram a existir prédios cuja construção não mais considerava uma preocupação central: trazer a luz do dia”, diz.

O orientador da pesquisa, Paulo Sergio Scarazzato, professor aposentado da Unicamp e professor associado junto ao Departamento de Tecnologia da Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP) afirmou, também ao Jornal da Unicamp, que a luz natural passou a ser novamente a ser o centro das atenções diante de questões geopolíticas e ambientais.

“Os cuidados com a iluminação só ressurgiram a partir da década de 1970, quando houve duas crises que elevaram substancialmente o preço do petróleo”. Para o professor, esse período foi como o “renascimento” da iluminação natural.

Na década seguinte, outras preocupações, principalmente com o meio ambiente e a sustentabilidade, reforçaram a necessidade de valorização da luz natural aos projetos. Já no século 21, foram as pesquisas e os impactos na saúde que impulsionaram projetos similares. 

“Por incrível que pareça, só no início do século isso foi notado. A luz interfere diretamente na nossa saúde. Nada como respeitar o ciclo dia e noite. Somos seres de hábitos diurnos. Tudo que a gente faz sob a luz artificial tem o seu preço, não só monetário, mas também com relação à saúde”, afirma o professor.

Ferramenta

O sistema criado por Jessica considerou 17 ferramentas disponíveis e suas características. Ele está disponível para consultas livres em cinco aspectos:  urbano, de entorno, de interiores e de mobiliário, além de contar com um eixo específico, que traz conceitos básicos de iluminação.

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