Estamos vivendo em um mundo globalizado. Porém nem todos sabem de fato o que é a globalização. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), o termo se refere ao processo de conectar a economia mundial mais de perto, por meio do fluxo de bens, serviços, investimentos, tecnologia, dados, ideias, assim como trabalhadores.
A globalização é visível na integração de mercados, formação de blocos econômicos e redução de barreiras comerciais. Contudo, o resultado apresenta uma competição global acirrada e a busca constante por inovação.
Um pouco de história da globalização
Os primeiros passos para a globalização foram dados já na Revolução Industrial, no século 19, por meio do intercâmbio de bens e serviços ofertados e recebidos entre algumas nações.
Foi após a Segunda Guerra Mundial que ela se expandiu devido às reduções das restrições do fluxo de capital e comércio, que visavam beneficiar o crescimento dos países e o bem-estar das populações.
Um novo impulso para a globalização foi dado com a queda do muro de Berlim, a desregulamentação financeira e as rodadas de liberação do comércio. Para tal, foi criada a Organização Mundial do Comércio (OMC) em 1995.
Com os subsequentes avanços tecnológicos, os custos das transações comerciais e financeiras foram reduzidos, especialmente nas áreas de comunicação e transporte. Dessa maneira, as informações, produtos e serviços começaram a circular com uma rapidez e eficiência sem precedentes.
Atualmente, a rede interdependente de relações econômicas, políticas, sociais e culturais que hoje conhecemos se estende por quase todo o globo terrestre, principalmente com o avanço das tecnologias e da internet.
Vantagens da globalização
A globalização permitiu que as atividades de produção pudessem ser divididas em várias etapas, cada uma sendo produzida em diferentes regiões e países, onde quer que fossem realizadas com mais eficiência, economia e maior produtividade. Dessa maneira, o grande potencial latente de criação de valor aflorou no mundo inteiro.
Eficiência e produtividade maiores das empresas foram alavancadas pela competição acirrada entre os diferentes mercados espalhados pelo planeta. Consequentemente, consumidores ampliaram o acesso a uma gama de bens de consumo mais diversificados e mais baratos.
Segundo o FMI, a integração desses mercados beneficiou países que antes eram menos integrados, bem como aqueles em desenvolvimento.
A maioria dos economistas concorda que as economias em desenvolvimento puderam produzir e exportar produtos mais sofisticados com os recursos que dispunham. Isso porque parte da produção que necessitava maior implemento de tecnologia podia ser realizada em outro país. Um bom exemplo são os chips para computadores produzidos em Taiwan e distribuídos pelo mundo inteiro.
Com a expansão da globalização, os níveis de renda dos países se aproximaram e o FMI estima que as taxas de pobreza diminuíram de 47%, em 1980, para 16%, em 2010. Em termos políticos, a globalização promoveu a ascensão de organismos internacionais para buscar cooperação e enfrentar desafios globais. Por exemplo: as mudanças climáticas. Na esfera da cultura, a globalização promoveu o intercâmbio de ideias e expressões artísticas, o que enriqueceu a diversidade cultural.
Desvantagens da globalização
A divisão da produção entre empresas de diferentes regiões e países impõe situações difíceis de lidar, já que obriga o deslocamento de trabalhadores e do capital financeiro. Além disso, as políticas domésticas, como programas de apoio ao mercado de trabalho e seguro social, divergem muito. Uns lidam bem com isso, porém, outros não.
Alguns países com baixa qualificação de mão de obra são afetados pela perda de emprego ou pela redução de renda dos trabalhadores. Também, conforme apontam alguns economistas, a globalização das finanças torna a economia mundial mais volátil e propensa a crises. Assim, pode contribuir para o aumento da desigualdade de renda.
As diferentes políticas dos países em relação à tributação e redistribuição de renda fomentam a desigualdade, bem como os avanços tecnológicos que beneficiam apenas os trabalhadores e investidores mais qualificados. A globalização levanta ainda questões sobre a exploração de mão de obra, o impacto ambiental em países em desenvolvimento e a preservação das identidades locais em vista da padronização cultural.
As conexões entre países não precisam ser destruídas para evitar que isso aconteça. “Devemos manter, reconstruir ou reprojetar essas pontes? Escrever novas regras que as ajudam a trabalhar melhor? Ou procurar novos caminhos que assegurem que todos possam se beneficiar?”, questiona o FMI. “Provavelmente tudo isso. Mais do que tudo, precisamos da colaboração internacional, de países que trabalham juntos e do FMI trabalhando junto com seus países membros para construir as melhores pontes possíveis para nos levarem ao futuro.”
