
Os jovens não estão mais interessados em planos de carreira que afetem diretamente a saúde mental. Um novo estudo global revela que metade da geração Z e dos millennials nos Estados Unidos aceitaria ganhar menos se a empresa mostrasse compromisso real com o bem-estar dos funcionários. Entre os baby boomers, esse índice cai para apenas 20%.
A pesquisa, conduzida pelo Oxford Longevity Project, em parceria com a plataforma Roundglass, ouviu 14 mil pessoas em 25 países e apontou a saúde mental como uma das três maiores prioridades globais. “Os funcionários não querem mais sacrificar seu bem-estar em nome do trabalho”, afirmou Gurpreet Singh, fundador da Roundglass, em reportagem publicada pelo Estadão.
O especialista ainda alerta que as empresas que ignorarem essa tendência correm o risco de perder talentos e comprometer resultados.
Insatisfação com a carreira
Os dados mostram que os jovens são os mais insatisfeitos com suas carreiras. No Egito e na Índia, mais de 70% dos trabalhadores disseram valorizar o bem-estar acima do salário. Nos EUA, 67% dos millennials destacaram os benefícios voltados à saúde física como essenciais.
Segundo Leslie Kenny, cofundadora do Oxford Longevity Project, o autocuidado virou prioridade para os mais jovens: “Eles viram pais e avós envelhecerem com doenças crônicas e querem um futuro diferente.”
Outros levantamentos confirmam a falta de apoio nas empresas. Pesquisa da Gallup indicou que menos de 25% dos trabalhadores acreditam que seus empregadores se importam com sua saúde mental. Essa percepção está ligada a maior rotatividade e queda no engajamento.
Especialistas apontam que oferecer bons benefícios não basta. É necessário construir uma cultura organizacional genuína, onde o funcionário se sinta ouvido e valorizado. “Sem liderança autêntica, até os melhores pacotes soam vazios”, disse o coach de liderança Gene Hammett.