Você sabe o que são PANCs? As plantas comestíveis não convencionais muitas vezes não são consideradas como uma opção para as refeições diárias. Mas guardam um alto valor nutricional que pode contribuir, e muito, com uma dieta mais saudável.
A endocrinologista Lívia Marcela, mestre em Endocrinologia pela Unifesp, afirmou em entrevista ao Estadão que as PANCs costumam ser encontradas facilmente em jardins.
Entretanto, é preciso ter cuidado para não se confundir, pois há plantas tóxicas. Por isso, a recomendação é consultar um especialista antes de consumir ou comprar de algum local confiável.
Entre as opções que oferecem benefícios e podem ser incluídas com tranquilidade na alimentação do dia a dia estão: vinagreira, Physalis, peixinho, ora-pro-nóbis e taioba.
Algumas PANCs:
Ora-pro-nóbis (Pereskia aculeata)
Ela é a rainha das PANCs. Sem dúvida, a mais famosa. É conhecida como “carne verde” por seu elevado teor de proteína. Seu uso é mais tradicional em Minas Gerais e Goiás. As folhas podem ser usadas em preparações simples, num cozido ou omelete, por exemplo.
Peixinho (Stachys brizanthina)
A hortaliça leva este nome pelo formato da folha e, quando preparada, tem o sabor que lembra um lambari frito. No Brasil, o peixinho é cultivado nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em locais de clima ameno, pois não tolera calor excessivo.
Physalis
Você provavelmente já viu essa frutinha na decoração de bolos e doces. Mas dificilmente vai achar uma preparação exclusiva para ela. Ela é rica em vitamina A, C, ferro, fósforo, assim como fibras. Adapta-se facilmente a diferentes temperaturas. Só não gosta muito de umidade. É possível fazer molhos, doces, geleias, sorvetes e até licor com a frutinha.
Vinagreira (Hibiscus sabdariffa)
Da flor da vinagreira é feito o famoso chá de hibisco, que possui um importante efeito diurético e é amplamente consumido. Já as folhas dessa planta servem como ingrediente básico do principal prato da culinária maranhense: o arroz de cuxá. No Maranhão, a vinagreira tem um lugar de destaque na mesa e, desde 2000, a planta virou Bem Imaterial do Patrimônio Cultural Brasileiro.
Taioba (Xanthosoma sagittifolium)
A taioba é muito cultivada e consumida em países da América Central, África e Ásia. No Brasil, o maior consumo ocorre na Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, segundo a Embrapa. É uma excelente fonte de ferro, fósforo, cálcio, potássio e manganês, comparando-se às fontes tradicionais desses elementos. As folhas são mais nutritivas que os rizomas e são muito usadas na cozinha mineira em substituição à couve. Mas atenção: a taioba brava (Xanthosoma violaceum), com talos arroxeados, não é indicada para consumo.