
A mandioca, também chamada de macaxeira ou aipim, está ficando famosa por seus compostos benéficos à saúde. Um estudo no periódico Food Research International revelou que a raiz favorece a microbiota intestinal. Além do mais, pode ser uma ótima alternativa para quem não pode consumir glúten.
A pesquisa destaca o papel da mandioca para pessoas com doença celíaca ou intolerância ao glúten. Essas condições causam problemas digestivos e até desnutrição.
Conduzido pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), o estudo analisou variedades da raiz cultivadas no Nordeste e no Sul do Brasil. A equipe identificou compostos fenólicos, amido resistente, assim como fruto-oligossacarídeos (FOS). Essas substâncias têm efeito prebiótico que estimulam bactérias benéficas no intestino.
Os cientistas simularam a digestão da mandioca em laboratório, passando por fases que imitam os processos oral, gástrico, bem como intestinal.
“As substâncias prebióticas alcançaram o intestino, promovendo o equilíbrio da microbiota”, disse Marciane Magnani, professora da UFPB e coordenadora nacional da área de Ciência de Alimentos da CAPES, em entrevista ao Estadão.
Outro achado foi o impacto positivo da mandioca na microbiota de voluntários com doença celíaca. Os pesquisadores chegaram a essa conclusão por meio de fermentação fecal e sequenciamento genético.
“O estudo detalhou como a raiz contribui para um ecossistema intestinal saudável, o que reflete na absorção de nutrientes, imunidade e até no humor”, afirmou a pesquisadora.
Eleita alimento do século 21 pela ONU, a mandioca pode integrar o café da manhã, almoço e jantar. Dessa maneira, substituir os pães e as massas. Também é versátil em receitas como sopas, purês e escondidinhos. A versão frita, no entanto, deve ser consumida com moderação devido ao alto teor calórico.