Fazer aquela viagem que você tanto sonhou sem se preocupar com a data de retorno por causa do trabalho. Da mesma forma, trabalhar sem se apertar com a compra de cada produto desejado. Nos dois casos, resultados possíveis do controle das finanças. Mas isso requer planejamento.
“Você conhece alguém que acorda de manhã e pega uma estrada sem motivo algum? Pois é. A gente só levanta de manhã e pega uma estrada porque tem um objetivo”, diz o professor de Finanças da Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP) Fábio Gallo. “Qualquer que seja seu estágio nessa conversa sobre finanças, você tem que criar objetivos para isso.”
O especialista explica que o conceito de liberdade financeira diz respeito à condição em que a pessoa pode gastar no que deseja, sem se endividar. Mas ainda trabalhando. Já a independência financeira seria a situação de quem vive de renda passiva, como aposentadoria ou frutos de investimentos.
De acordo com a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), pessoas físicas investiram R$ 5 trilhões no ano passado. Esse valor sinaliza um crescimento de 11,7% em relação aos R$ 4,5 trilhões registrados em 2021. A alta foi puxada, sobretudo, pela aplicação em produtos de renda fixa – com menor risco -, como Certificados de Depósito Bancário (CDBs), Letras de Crédito Imobiliário e do Agronegócio (LCIs e LCAs, respectivamente).
Veja como alcançar liberdade ou independência financeira:
- Crie objetivos. Estabeleça metas de longo prazo, mas que sejam precedidas de objetivos intermediários. Reflita: ‘O que preciso fazer aos 30 anos para alcançar o que quero aos 50?’. É importante definir o que você deseja para o futuro, como gostaria de viver e com quem quer estar. Tudo isso influencia o caminho e as possibilidades para alcançar os objetivos.
- Planejamento. É efetivamente montar um plano para a sua vida financeira. Coloque objetivos, metas e, dentro disso, crie o orçamento familiar. Você pode usar uma planilha, por exemplo, de forma organizada. Sempre gaste menos do que ganha; tenha uma visão de poupança, não de consumo; e não deixe de se perguntar se precisa fazer determinada compra.
- Dedicação. Se você se propõe a investir, poupar, tem que fazer isso de forma “religiosa”. Tente adotar esse hábito desde cedo, porque o tempo estará a seu favor. Além disso, os juros compostos no Brasil compensam em casos de investimento. Esse tipo de juros aparece em alguns tipos de investimentos. O cálculo considera não só o capital investido, mas também os ganhos dos períodos anteriores.
Também tenha em mente:
- Conhecimento. É importante também que você aprenda o básico sobre finanças e investimento. Não precisa ser um doutor no assunto, mas tem que saber lidar com os diferentes tipos de renda e tributos. A consulta com um especialista pode ajudar na fase inicial.
- Prazo dos investimentos. O nível de risco de cada investimento deve ser considerado, mas não é o fator principal. Avalie primeiramente o prazo em que o investimento deve ser feito e a importância na sua vida. Quanto menor o prazo para o objetivo ser alcançado, mais importante será o dinheiro. Portanto, o risco deve ser menor. Quanto maior o tempo até a meta ser atingida, menor será a urgência do retorno daquele dinheiro. Sendo assim, você pode arriscar mais alto.
- Inclua a família. Também é importante, para alcançar uma meta, que você inclua a família no planejamento. Não adianta mudar hábitos para melhorar a saúde financeira se os outros familiares mantiverem um nível de gastos desproporcional ao rendimento.